Com o avanço da tecnologia, a presença online de uma pessoa após a morte é discutida. Contas inativas podem virar contas memoriais com certidão de óbito.
Manter as contas nas redes sociais de entes queridos falecidos pode ser um desafio emocional. Hayley Smith, por exemplo, enfrenta diariamente a questão do que fazer com o perfil online de seu falecido marido, Matthew. Mesmo após mais de dois anos de sua partida, as mensagens de aniversário ainda são postadas em seu perfil, o que pode ser uma experiência dolorosa para Hayley.
A presença online de uma pessoa após sua morte levanta muitas perguntas sobre como lidar com os perfis de redes sociais. Para Hayley, a situação de manter as contas nas redes sociais de Matthew é um lembrete constante de sua perda. Ela se vê em um dilema sobre o que fazer com as mensagens e memórias compartilhadas nos perfis online de seu marido, tentando encontrar uma maneira de preservar sua memória de forma respeitosa e significativa.
Desafios na Transformação de Contas nas Redes Sociais em Memoriais
Tentar converter uma conta de redes sociais em um memorial após a morte de alguém pode ser uma tarefa complicada. Muitas vezes, como no caso de Matthew, a burocracia e a falta de resposta das plataformas podem tornar o processo exaustivo. A certidão de óbito é um documento crucial para solicitar essa transformação e, sem ela, pode ser quase impossível concluir o procedimento.
As plataformas de redes sociais, cada vez mais presentes em nossa vida cotidiana, enfrentam o desafio de lidar com o destino das contas online de usuários falecidos. Enquanto algumas redes oferecem a opção de transformar perfis ativos em memoriais, outras permitem que a conta permaneça inativa, mas sem oferecer recursos específicos para essa situação.
A Importância dos Perfis de Redes Sociais Após a Morte
A presença online de uma pessoa, registrada em seus perfis de redes sociais, pode se tornar um legado significativo após sua morte. As memórias compartilhadas, fotos e interações deixam uma marca digital que pode oferecer conforto aos entes queridos, mas também representar um desafio em termos de privacidade e segurança dos dados do falecido.
Iniciar o processo de transformar uma conta ativa em um memorial requer seguir os procedimentos específicos de cada plataforma, como enviar a certidão de óbito para verificação. Em alguns casos, como no Facebook, é possível designar um contato de legado para gerenciar a conta após o falecimento, garantindo que suas lembranças online sejam preservadas de acordo com seus desejos.
Privacidade e Segurança nas Contas Inativas
Uma conta inativa em uma rede social pode representar um potencial risco de segurança, especialmente quando se trata de dados sensíveis ou conteúdo pessoal. As plataformas estão se esforçando para encontrar um equilíbrio entre preservar a privacidade do falecido e permitir que os entes queridos acessem e recordem as informações compartilhadas.
Joe Tidy, correspondente de tecnologia da BBC, destaca a importância da privacidade dos falecidos, ressaltando que as empresas de redes sociais garantem que nenhum detalhe de login seja compartilhado inadvertidamente. Solicitar o acesso a determinados dados, como fotos e vídeos, muitas vezes requer procedimentos específicos e, em alguns casos, até autorização judicial.
O Legado Digital e a Preparação para o Futuro
Diante dessas questões, surge a necessidade de refletir sobre a importância de um legado digital. Preparar-se para o futuro inclui não apenas organizar documentos e bens materiais, mas também considerar o que será feito com nossos perfis online após nossa morte. Garantir que os entes queridos tenham acesso aos nossos perfis e possam decidir seu destino adequadamente pode ser um gesto significativo de cuidado e previsão.
Sasa Zivanovic, especialista em crimes cibernéticos, alerta para os riscos de deixar perfis ativos sem uma instrução clara sobre seu destino após a morte. Proteger nossos dados online e garantir que sejam tratados com respeito e segurança é parte essencial de cuidar do nosso legado digital e da nossa presença online, mesmo depois que não estivermos mais presentes para cuidar disso pessoalmente.
Fonte: © G1 – Tecnologia