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No ICO de 2024 em São Paulo, alerta: metade dos adultos brasileiros (130M) podem ser acima do peso, com 48% obesos até 2044 (quartos de 2022). Novos estudos, Federação Mundial de Obesidade.
Um estudo recente apresentado no Congresso Internacional sobre Obesidade revelou que até o ano de 2044, cerca de metade dos adultos brasileiros estará lidando com a obesidade, enquanto outros 27% enfrentarão o desafio do sobrepeso. Esses números alarmantes destacam a importância de medidas preventivas e educacionais para combater esse problema de saúde pública.
A obesidade não é apenas uma questão estética, mas sim um fator de risco significativo para o desenvolvimento de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Portanto, é crucial implementar políticas de saúde eficazes que abordem não apenas a questão do peso, mas também promovam hábitos saudáveis e a prática regular de atividades físicas para prevenir essas doenças crônicas.
Impacto da Obesidade nas Doenças Crônicas: Estudo da Federação Mundial de Obesidade
O evento de renome, organizado pela Federação Mundial de Obesidade, é um dos principais congressos sobre o tema no mundo e ocorre em São Paulo de 26 a 29 de junho. Conforme os estudos, quase metade dos adultos brasileiros terão obesidade ou sobrepeso em duas décadas. Estima-se que, se as tendências atuais forem mantidas, 130 milhões de brasileiros viverão acima do peso.
Os pesquisadores, liderados por Eduardo Nilson da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), utilizaram um modelo de tabela de vida para prever os impactos da sobrecarga e da obesidade em 11 doenças crônicas associadas ao Índice de Massa Corporal (IMC) elevado no Brasil até 2044, supondo que as tendências atuais sejam mantidas. O modelo prevê mortes e casos incidentes de doenças cardiovasculares, diabetes, doença renal crônica, cirrose e cânceres com base em dados demográficos e epidemiológicos de pesquisas nacionais e do Estudo de Carga Global da Doença (GBD).
De acordo com as previsões, a proporção de adultos brasileiros com sobrepeso e obesidade aumentará de 57% em 2023 para 75% em 2024. Como resultado, estima-se que 10,9 milhões de novos casos de doenças crônicas relacionadas ao sobrepeso e à obesidade surgirão nas próximas duas décadas, com 1,2 milhão de mortes atribuíveis ao excesso de peso nesse período.
Embora a distribuição de novos casos entre homens e mulheres não deva variar significativamente, o estudo prevê que 64% das mortes relacionadas à obesidade ocorrerão entre os homens até 2044. Nesse contexto, o diabetes representará mais de 51% dos novos casos, e as doenças cardiovasculares relacionadas ao excesso de peso responderão por cerca de 57% das mortes até 2044.
‘As estimativas atuais indicam um aumento significativo na prevalência de sobrepeso e obesidade entre adultos brasileiros, o que resultará em uma carga econômica e epidemiológica substancial. É crucial implementar políticas sólidas no país para lidar com essa questão, incluindo tratamento e prevenção em todas as faixas etárias’, afirmam os autores do estudo.
A obesidade é um problema complexo que requer uma abordagem multifacetada. Bruno Halpem, presidente da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), destaca a importância de políticas preventivas e afirma: ‘Precisamos nos afastar da ideia simplista de que a obesidade é apenas uma questão de hábitos e escolhas individuais’.
O estudo alerta que, se as tendências atuais persistirem, a carga da obesidade no Brasil aumentará significativamente, afetando não apenas a saúde, mas também a economia. A colaboração entre governo e sociedade civil é essencial para enfrentar esse desafio em constante crescimento. A América Latina, incluindo o Brasil, tem a oportunidade de liderar o caminho na implementação de políticas eficazes para combater a obesidade e suas consequências.
Mulheres, negros e outras pessoas não brancas serão particularmente impactados pela epidemia de obesidade, destacando a necessidade de abordagens inclusivas e equitativas para lidar com esse problema de saúde pública crescente.
Fonte: © CNN Brasil