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Agentes públicos suspeitos de vender licenças e alvarás a troco de propina integram complexo esquema de lavagem de dinheiro. Fluxo paralelo de documentação necessária para concessão flexibilizada de licenças e alvarás produz benefits financeiros criminosos. Investigações revelam esquemas intrincados de produtores e eventos.
A Operação Labirinto expôs a complexa estratégia utilizada pelo grupo criminoso Comando Vermelho em Mato Grosso para ocultar os lucros obtidos com o tráfico de drogas. Os integrantes da facção, originária do Rio de Janeiro, estavam direcionando os recursos provenientes da venda de entorpecentes para empresas de fachada e transações financeiras suspeitas, conforme apontou a investigação policial.
Os principais suspeitos investigados na Operação Labirinto estão sendo monitorados de perto pelas autoridades, que buscam desmantelar completamente as atividades ilícitas da organização criminosa. As conexões entre os membros da fação e suas operações financeiras estão sendo minuciosamente analisadas, visando a desarticulação total do esquema de lavagem de dinheiro do tráfico.
Operação contra tráfico de drogas e facção criminosa revela esquema de lavagem de dinheiro
Agentes públicos estão sendo investigados por suspeita de envolvimento em um esquema de venda de licenças e alvarás em troca de propina. A operação, que foi deflagrada na semana passada, é uma força-tarefa que conta com efetivos da PF, Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal. Os promotores do Gaeco, grupo de combate ao crime organizado, estão dedicados às investigações.
No centro das suspeitas está o Dallas Bar, uma casa de shows localizada na Avenida Beira Rio, em Cuiabá. Segundo informações da PF, o estabelecimento foi adquirido por R$ 800 mil em dinheiro vivo. O responsável pelo empreendimento, Willian Aparecido da Costa Pereira, conhecido como ‘Willian Gordão’, teria recebido parcelas do auxílio emergencial do governo federal durante a pandemia, conforme revelado pelo portal MídiaJur e confirmado pelo Estadão.
Para as autoridades, Willian é considerado um ‘testa de ferro’ do esquema. Suspeita-se que Joadir Alves Gonçalves, também conhecido como ‘Jogador’, ‘Veio’ e Piraquê’, uma figura de destaque na facção criminosa CV em Mato Grosso, esteja por trás da aquisição do Dallas Bar. A casa de shows seria utilizada para integrar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas ao patrimônio dos criminosos de forma engenhosa, sem levantar suspeitas.
A PF identificou múltiplos depósitos fracionados e um considerável fluxo paralelo de dinheiro em espécie. Conversas entre os suspeitos indicam a movimentação significativa de recursos: ‘Minha conta está bloqueada, tá? Que hoje eu fiz mais de cem mil de PIX.’
Além disso, a força-tarefa está investigando os produtores dos eventos, bem como possíveis subornos a agentes públicos. O elo entre a facção criminosa e as autoridades seria Rodrigo de Souza Leal, assessor parlamentar do vereador Paulo Henrique de Figueiredo Masson, que também está sob investigação.
Conversas interceptadas pela Polícia Federal revelaram que Rodrigo era tratado pelos criminosos como ‘gente nossa’. Após a repercussão da operação, ele foi exonerado do cargo comissionado. Os investigadores apontam que Rodrigo era responsável por cooptar agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública e Defesa Civil de Cuiabá para facilitar a concessão de licenças para os shows, mesmo sem a documentação necessária.
Um dos investigados na prefeitura é o agente de regulação e fiscalização Rodrigo Anderson de Arruda Rosa. O ex-secretário Benedito Alfredo Granja Fontes, falecido no início do ano devido a um câncer, também é mencionado no inquérito.
A operação revelou que o grupo criminoso contava com a colaboração dos agentes mencionados, que flexibilizavam a concessão de licenças e alvarás para os eventos, recebendo benefícios financeiros do grupo responsável pelos shows. A Secretaria de Ordem Pública informou que iniciou um procedimento interno para investigar a conduta do fiscal e está disposta a colaborar com as autoridades. O vereador Paulo Henrique, presidente do Sindicato dos Agentes de Regulação, também está sob escrutínio.
Fonte: © Notícias ao Minuto