O boom da inteligência artificial aumenta a procura por redatores de ensaios. As empresas preferem habilidades de escrita sobre tageadores de fotos.
Chelsea Becker decidiu tirar uma licença não remunerada de um ano de seu emprego como comissária de bordo após o nascimento de seu segundo filho, buscando mais tempo para se dedicar à família. Durante esse período, ela aproveitou para se dedicar a um antigo sonho: tornar-se uma das treinadoras de uma equipe local de futebol infantojuvenil.
Com a experiência adquirida ao longo dos meses, Chelsea percebeu o quanto o papel dos educadores esportivos é fundamental no desenvolvimento não apenas das habilidades físicas, mas também das habilidades sociais e emocionais das crianças e adolescentes. Ela agora valoriza ainda mais a importância dos instrutores na formação de jovens atletas, podendo contribuir de maneira significativa para o crescimento e bem-estar dos seus alunos.
Transformando o Trabalho Remoto com Treinadores de IA
Depois de se envolver com um desafio encontrado em um vídeo do TikTok, Becker embarcou em uma jornada única: treinar modelos de inteligência artificial para uma plataforma chamada Data Annotation Tech. Em suas sessões diárias em frente ao laptop, ela interagia com um chatbot impulsionado por IA, uma tarefa que a recompensava com um valor entre US$ 20 e US$ 40 por hora de trabalho. Ao longo de um período de quatro meses, de dezembro a março, ela acumulou mais de US$ 10 mil.
O cenário atual, impulsionado pelo crescimento exponencial da tecnologia de IA, criou uma demanda crescente por treinadores como Becker – profissionais proficientes em inglês capazes de gerar conteúdos escritos de alta qualidade para alimentar grandes modelos de linguagem, como os utilizados pela OpenAI em plataformas como o ChatGPT.
A evolução dos modelos de IA não apenas revolucionou a forma como interagimos com essas tecnologias, mas também transformou profundamente o trabalho remoto, oferecendo oportunidades flexíveis e lucrativas para uma ampla gama de treinadores, instrutores e educadores em todo o mundo. Desde a curadoria de dados até o fornecimento de feedback humano para aprimorar o desempenho dos chatbots, esses profissionais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e no aperfeiçoamento contínuo das redes neurais.
Empresas dedicadas à curadoria de dados, como Scale AI e Surge AI, estabelecidas em São Francisco, recrutam treinadores talentosos para fornecer dados de treinamento essenciais para os grandes desenvolvedores de IA. Da mesma forma, startups inovadoras, como a Cohere, com sede em Toronto, investem em anotadores de dados internos para impulsionar o avanço de seus modelos de IA.
À medida que a tecnologia avança, as demandas sobre os treinadores de IA também aumentam. O campo de atuação desses profissionais evoluiu significativamente, passando da simples rotulagem de imagens para tarefas mais complexas, como a geração de conteúdo textual coeso e relevante para suportar os avanços nos modelos de linguagem.
Embora o trabalho remoto ofereça flexibilidade e comodidade, também apresenta desafios únicos. Alguns treinadores relatam questões relacionadas à falta de comunicação com os gestores das plataformas de recrutamento, bem como o recebimento de feedback insuficiente ou, até mesmo, o afastamento repentino do trabalho, sem explicações claras.
Diante desse cenário, surge a necessidade de estabelecer padrões e diretrizes mais claras para garantir que os treinadores de IA recebam o suporte adequado e estejam devidamente orientados sobre as práticas e protocolos esperados no treinamento de modelos de inteligência artificial. A avaliação contínua dos profissionais nesse setor desempenha um papel crucial na garantia da qualidade e eficácia das interações entre os treinadores e os sistemas de IA em constante evolução.
Fonte: @ Info Money