Repelentes com DEET e icaridina para Aedes aegypti podem intoxicar animais. Use apenas repelentes próprios para uso veterinário. Evite repelentes aerossóis.
Além das medidas tradicionais de combate ao mosquito da dengue, como eliminar recipientes que acumulem água parada, os repelentes se tornaram uma importante arma na prevenção da doença. Produtos à base de icaridina são os mais recomendados pela OMS para afastar o Aedes aegypti, que é o vetor da dengue.
Além dos repelentes, é importante estar atento aos inseticidas e afastadores de insetos, que também podem ajudar a manter mosquitos e outros insetos longe do ambiente doméstico. Manter a casa protegida é essencial para evitar a proliferação do mosquito da dengue. Utilizar repelentes em conjunto com outras medidas preventivas é fundamental para garantir a segurança contra a dengue.
.
Repelentes e afastadores de insetos: perigos para pets
Mas será que eles são tóxicos para os pets?A médica-veterinária Paloma Caleiro, da equipe do pronto-socorro do Veros Hospital Veterinário, explica que os repelentes usados pelos humanos para se protegerem da dengue podem ser, sim, tóxicos aos animais de estimação.
‘Temos diversas apresentações no mercado, como sprays, cremes e aerossóis de uso ambiente, e todos podem levar a um quadro de intoxicação’, afirma. Segundo a especialista, essa intoxicação pode ocorrer através da ingestão acidental desses produtos pelos pets. ‘Animais tendem a lamber produtos, assim como os bebês tendem a colocar tudo na boca’, exemplifica.
Animais de estimação e repelentes: perigos a se evitar
Por isso, a melhor forma de proteger os animais dos repelentes é mantê-los fora do alcance deles.Também não é recomendado passar repelentes para humanos em creme ou spray nos animais, pois eles também podem lambê-los e ingeri-los acidentalmente.No caso dos repelentes aerossóis, a orientação é retirar os pets do ambiente por alguns minutos.
Os perigos dos repelentes para animais de estimação
‘Eles têm o olfato muito mais sensível do que o nosso e a inalação desse produto pode causar, além de intoxicação, irritação da parte respiratória’, alerta a veterinária.Os sintomas mais comuns de intoxicação por ingestão de repelentes incluem vômitos, salivação, tremores e diarreia. Em casos mais graves, pode ocorrer fraqueza, convulsão e perda da consciência.
Já quando a intoxicação acontece pela via inalatória, pode ocorrer tosse e espirros incessantes, dificuldade respiratória e língua arroxeada ou mais escura.’Lembrando que, em qualquer desses sinais, não se deve medicar o animal em casa, nem dar alimentos, sucos ou leite.
Repelentes e afastadores de insetos: perigos para pets
A indicação é buscar atendimento emergencial veterinário pois cada segundo conta para salvar a vida do pet e qualquer medicação ou alimento dado a mais pode interferir negativamente no trabalho do veterinário’, orienta Paloma.Os pets, como cães e gatos, não contraem dengue, mas podem pegar dirofilariose, uma doença também transmitida pelo Aedes aegypti.
Para protegê-los da picada do mosquito, é importante usar repelentes próprios para o uso veterinário.’Eles estão disponíveis nas formas de coleiras repelentes, sprays, pipetas, odorizadores de ambiente (de citronela, por exemplo) principalmente quando vão estar em locais com alta probabilidade de contato com esses vetores’, explica a veterinária.As coleiras e as pipetas podem ser compradas com orientação do médico veterinário.
A primeira opção costuma ter uma vida útil de 2 a 4 meses, enquanto a aplicação tópica pela pipeta deve ser reforçada a cada 30 dias. ‘O uso em ambiente de odorizadores e repelentes de ambiente devem sempre respeitar as indicações de uso e proteção para animais e crianças visando evitar intoxicações’, alerta Paloma.
Fonte: © CNN Brasil