A rede social colabora com o governo local sobre diretrizes legais para usuários e discurso político, em parceria com a comissão eleitoral.
O bloqueio do Twitter no Paquistão durante as eleições de fevereiro foi confirmado pelo Ministério do Interior nesta quarta-feira (17), citando preocupações com a segurança nacional. Os usuários da rede de redes sociais no país enfrentaram dificuldades em acessar o X desde então, levantando questionamentos sobre a liberdade de expressão online.
Essa ação do governo paquistanês em relação ao Twitter, antigo Twitter, levanta debates sobre a regulamentação das redes sociais e a proteção dos direitos dos usuários online. A suspensão do Twitter durante o período eleitoral reflete a crescente preocupação com a disseminação de informações falsas e a influência das mídias sociais na política do país.
Proibição do Twitter/X no Paquistão: Decisões do Tribunal e Repercussões
Outro tribunal instou o governo a rever a proibição do antigo Twitter dentro de uma semana, conforme relatado por Abdul Moiz Jafri, o peticionário e advogado envolvido no caso. O X, plataforma de redes sociais amplamente utilizada, está no centro de uma controvérsia envolvendo discurso político na Índia, após uma ordem da comissão eleitoral. Além disso, o X informou o Supremo Tribunal Federal que enviou ao Congresso dos EUA as decisões relacionadas às moderações de conteúdo feitas por autoridades judiciais.
O ministério do governo do Paquistão justificou a proibição do Twitter/X, alegando a falta de conformidade com diretrizes legais e a ausência de resposta às preocupações levantadas sobre o uso indevido da plataforma. A interação com as autoridades paquistanesas para resolver essas questões tem sido descrita como hesitante por parte da empresa. Ainda sem resposta oficial no momento, o X está buscando trabalhar em conjunto com o governo para compreender as preocupações levantadas.
A imposição da proibição do Twitter/X no Paquistão foi fundamentada na defesa da segurança nacional, da ordem pública e da integridade nacional, conforme mencionado no documento ministerial. Desde as eleições nacionais de 8 de fevereiro, o acesso à plataforma permanece restrito, com alegações de fraude eleitoral pelo partido liderado por Imran Khan, ex-primeiro-ministro.
O cenário político paquistanês destaca a importância das redes sociais, com Khan emergindo como um dos usuários mais influentes do X, com mais de 20 milhões de seguidores. A censura nos meios de comunicação tradicionais levou os políticos a explorarem plataformas online para se comunicarem com o público. Khan, em particular, acusa os militares paquistaneses de conspirar contra ele e de influenciar as eleições em favor de seus oponentes.
Apesar das controvérsias e bloqueios, diversos membros do governo no Paquistão, incluindo o primeiro-ministro Shehbaz Sharif, continuam ativos no Twitter/X, muitas vezes contornando as restrições por meio de software VPN. A decisão de bloqueio temporário foi embasada por relatórios de inteligência e segurança do país, apontando para tentativas de desestabilização promovidas por atores hostis na plataforma.
Enquanto grupos de direitos humanos e anunciantes expressam preocupações, a justiça é fundamental para a responsabilização democrática. O ativista pelos direitos digitais, Usama Khilji, avalia que a medida de bloqueio do X parece ter sido deliberadamente planejada para impedir a transparência e a prestação de contas no país. A complexa interação entre as redes sociais, o discurso político e as diretrizes legais destaca desafios significativos enfrentados pelas plataformas online em contextos políticos sensíveis como o do Paquistão.
Fonte: @ CNN Brasil