Pavel Durov, criador de Telegram, detido na França (24/07). Plataforma seguirá as leis UE, renega compartilhar dados e se responsabilizar por uso abusivo. Investigações abertas em Julho pelas unidades C3N, Onaf e Juralco contra formação de quadrilha. Agentes da jurisdição aplicarão as leis UE contra crime organizado. (143 caracteres)
O caso envolvendo Pavel Durov ganhou destaque internacional após o Ministério Público de Paris confirmar que as investigações apontam para sua possível cumplicidade em crimes graves, como abuso sexual infantil e fraude, que teriam ocorrido dentro do Telegram. A prisão do renomado empresário russo tem gerado repercussão e levantado questionamentos sobre sua conduta e envolvimento nas atividades criminosas.
Como fundador, dono e presidente-executivo do Telegram, Pavel Durov sempre foi uma figura controversa, mas a gravidade das acusações agora levantadas contra ele coloca em xeque sua reputação e legado no mundo da tecnologia. A comunidade internacional aguarda ansiosamente por mais detalhes sobre o desenrolar deste caso que abala a imagem do empresário.
Quem é Pavel Durov
Pavel Durov, o fundador e dono do Telegram, encontra-se em uma situação delicada, após ser preso na França no último sábado. A controvérsia gira em torno de sua suposta falta de ação para evitar o uso do aplicativo Telegram para atividades ilícitas, além de sua recusa em colaborar com as autoridades. Em resposta, um comunicado divulgado no aplicativo, um dia após a prisão de Durov, negou qualquer irregularidade.
As acusações e a investigação
O juiz responsável pelo caso decidiu prorrogar a prisão preventiva de Pavel Durov por até 96 horas, o que significa que ele permanecerá detido até quarta-feira (28), conforme relatado por uma fonte próxima à France Presse. A promotora Laure Beccuau destacou que Durov está sendo interrogado, principalmente por sua recusa em fornecer as informações necessárias para as diligências autorizadas por lei, bem como por sua suposta participação na formação de quadrilha.
A prisão de Durov faz parte de uma investigação iniciada em 8 de julho deste ano, que foi desencadeada por agentes da jurisdição francesa especializados no combate ao crime organizado, conhecida como Junalco. Esta investigação, que envolve 12 crimes, está em andamento e é conduzida pelo Centro de Combate ao Crime Digital (C3N) e pelo Escritório Nacional Antifraude (Onaf).
A posição de Emmanuel Macron e do Telegram
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que a prisão de Durov está vinculada a um inquérito judicial sem motivação política. Macron ressaltou a importância de exercer as liberdades dentro da lei para proteger os cidadãos e seus direitos fundamentais. Enquanto isso, o Telegram declarou que cumpre as leis da União Europeia e que Pavel Durov não tem motivos para esconder informações.
O Telegram enfatizou que é absurdo responsabilizar uma plataforma ou seu proprietário pelo uso indevido da mesma. A empresa aguarda uma resolução rápida da situação. O aplicativo destaca seu compromisso com a privacidade do usuário e os direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão e de reunião. O Telegram também ressalta seu papel em apoiar movimentos pró-democracia em várias partes do mundo.
Perfil de Pavel Durov
Pavel Durov, de 39 anos, é um empresário com uma fortuna estimada em US$ 15,5 bilhões, segundo a Forbes. Ele é conhecido por ter criado o Telegram em 2013, juntamente com seu irmão Nikolai Durov, um matemático e programador. Durov deixou a Rússia em 2014, após se recusar a cumprir exigências do governo relacionadas ao fechamento de comunidades de oposição na VK, uma rede social que ele vendeu.
Durov, que possui cidadania francesa, tem sido um defensor da liberdade e da independência em suas ações. Sua postura de resistência às pressões governamentais e sua defesa da privacidade dos usuários têm sido marcas de sua trajetória. A prisão de Pavel Durov na França levanta questões sobre o equilíbrio entre liberdade e responsabilidade em um mundo digital cada vez mais complexo.
Fonte: © G1 – Tecnologia