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Petrobras: Conselho de administração aprovou R$ 11,87b de impacto no lucro líquido, sem provisionar, por caixa de depósitos, pagamentos a entradas de serviços (carf), exploração de petróleo em embarcações, remessas ao exterior e judiciais, incluindo ajuda do governo. Termos: acordo administrativo, passivos, afretamentos.
Hoje (18), as ações ordinárias (ON, com direito a voto em assembleias) e as ações preferenciais (PN, com preferência por dividendos) da Petrobras estão em alta, refletindo o acordo firmado com o governo para o pagamento de R$ 19,80 bilhões ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Esse entendimento com o governo representa um marco importante para a convenção entre a empresa e as autoridades fiscais, fortalecendo a relação e a transparência nas operações. A convenção alcançada reforça o compromisso mútuo de seguir as diretrizes legais e promover um ambiente de negócios saudável e confiável.
Acordo com Governo Impulsiona Alta dos Papéis da Petrobras
A valorização dos papéis da estatal Petrobras está contribuindo para sustentar o Ibovespa, o principal índice acionário da bolsa. Por volta do meio-dia e quinze, as ações da Petrobras registravam altas de 1,87% nos papéis PN, cotados a R$ 35,45, e de 1,72% nas ações ordinárias, negociadas a R$ 37,28.
O acordo administrativo para o pagamento de remessas ao exterior referentes a afretamentos de embarcações de exploração de petróleo foi aprovado pelo conselho de administração da Petrobras por uma maioria de dez votos a um. Este acordo terá um impacto de R$ 11,87 bilhões no lucro líquido da estatal no segundo trimestre.
De acordo com a XP, a convenção tributária da Petrobras com o governo federal em relação a passivos não provisionados era amplamente aguardada, e o anúncio foi bem recebido por eliminar riscos significativos a um custo aceitável, considerando os termos finais. O entendimento tem um impacto relativamente pequeno sobre os dividendos da empresa.
Os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm ressaltam em seu relatório que o acordo com o governo terá um impacto de aproximadamente R$ 2,5 bilhões no fluxo de caixa livre da Petrobras, equivalente a 0,5% do valor de mercado, após a consideração de depósitos judiciais, entradas de caixa diferidas e outros ajustes.
Segundo os especialistas, a Petrobras poderá recuperar cerca de R$ 2,6 bilhões de seus parceiros de produção e exploração, o que representa cerca de 13% do passivo total, possivelmente até o ano de 2024. Eles preveem que o impacto nos dividendos resultará em fluxos de caixa operacionais menores devido ao cronograma de pagamento de liquidação, com uma redução de R$ 5,4 bilhões nos dividendos em 2024.
A expectativa é de que todas as movimentações financeiras tenham sido devidamente contabilizadas até 2025, quando a Petrobras começará a discutir dividendos extraordinários para o ano de 2024. A XP mantém a recomendação de compra para as ações da Petrobras, com um preço-alvo de R$ 45,10 para as preferenciais.
Ajuda ao Governo para Fechar as Contas
Além dos dividendos já previstos, os recursos provenientes do acordo com o governo serão essenciais para auxiliar no equilíbrio das contas públicas. Como o governo é o principal acionista da Petrobras, um aumento nos dividendos significa mais recursos em caixa, o que é crucial para impulsionar a receita e atingir as metas fiscais estabelecidas.
Conforme divulgado pela Petrobras, o valor total da transação, levando em consideração o desconto de 65% concedido no edital, será distribuído da seguinte maneira: R$ 6,65 bilhões serão quitados com os depósitos judiciais já realizados nos processos, enquanto R$ 1,29 bilhão será pago por meio de créditos de prejuízos fiscais de subsidiárias.
Os R$ 11,85 bilhões restantes serão amortizados pela estatal da seguinte forma: uma entrada de R$ 3,57 bilhões em 30 de junho; o saldo remanescente será pago em seis parcelas mensais de R$ 1,38 bilhão cada, sendo a primeira em 31 de julho.
Fonte: @ Valor Invest Globo