Aos 92 anos, Yvonne se aposentou compulsoriamente mas vê na docência uma de suas maiores realizações e sua época como excelente professora no vestibular.
Na adolescência, Yvonne Mascarenhas tinha um interesse especial pela escrita e cogitava seguir carreira no jornalismo. No entanto, ao chegar o momento de decidir sua formação universitária, acabou optando pela área da física.
O interesse de Yvonne pela física levou-a a desviar seu caminho da escrita e se dedicar à pesquisa científica. Eventualmente, ela se tornou uma renomada cientista na área da física, contribuindo significativamente para avanços e descobertas nesse campo.
Excelente professor a levou a ser a primeira mulher a ocupar uma cadeira no Departamento de Física da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), em 1956.
‘Tive um excelente professor e, pensando bem, pude notar a importância da química para a sociedade’, diz Yvonne, ao recordar sua escolha por química e física. Com quase 70 anos de idade, após ter se aposentado compulsoriamente da Universidade de São Paulo, Yvonne vê na docência uma de suas maiores realizações na carreira.
‘Eu sempre digo: ‘não foi nenhum trabalho especial que eu fiz, que eu considere assim tão importante’. O mais importante foi o número de pessoas que aprenderam comigo, aprenderam nos cursos que eu organizei. Não cursos na faculdade, na universidade. Cursos que podiam receber gente de qualquer lugar’, conta.
Yvonne, que estudou nos Estados Unidos e na Inglaterra, ganhou diversos prêmios especializando-se na cristalografia, ciência que estuda a composição dos materiais a partir da forma como as ondas os atravessam. Ela relata que tem prêmios de sociedades de química e de física. Por isso, em 2017, ela foi uma das 12 cientistas agraciadas com o prêmio Distinguished Women in Chemistry or Chemical Engineering Awards, da União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac).
Yvonne, que teve um excelente professor na adolescência, estava muito desanimada com sua área de estudo. No entanto, ao fazer vestibular, foi para o curso de química e teve a oportunidade de estudar em um ambiente cultural muito rico no Rio de Janeiro, conseguindo também conviver com cientistas, matemáticos, e biólogos.
Período em Pittsburgh e retorno ao Brasil
Depois sua graduação conseguiu emprego numa universidade em São Carlos, no interior de São Paulo, onde se casou e passou um tempo nos Estados Unidos, e também na Inglaterra, onde começou a especializar-se na área da cristalografia. Após seu retorno ao Brasil, passou a estudar a difração de raios-x, uma área que ainda está muito viva e interessante até hoje, com muitos alunos interessados. Ela também destacou que foi muito importante ter recebido o Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, por causa do estímulo que a premiação traz para que as mulheres não desistam de fazer uma carreira dentro da sua profissão.
Fonte: © CNN Brasil
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