Nilton Ramon Barromeu de Oliveira, 25, entregador de aplicativo, discute com policial militar em condomínio. Delegacia investiga.
Um bom entregador é aquele que consegue cumprir os prazos de entrega e manter a qualidade dos produtos durante o transporte. A agilidade e a atenção aos detalhes são características essenciais para quem trabalha nessa área. Além disso, é fundamental ter empatia e bom atendimento ao cliente, afinal, muitas vezes o entregador é a única interação presencial que o cliente terá com a empresa.
Com o surgimento dos aplicativos de delivery, o entregador de aplicativo se tornou uma figura ainda mais presente no dia a dia das pessoas. Com a popularização do serviço, a demanda por entregadores de aplicativo cresceu consideravelmente, tornando essa uma ótima opção de trabalho para muitos profissionais. Os entregadores de aplicativo precisam estar sempre atentos aos pedidos, garantindo que a entrega seja feita no prazo e de forma segura, mantendo a satisfação dos clientes.
Entregador de Aplicativo Baleado no Exercício da Profissão
Via @jornaloglobo | O entregador, identificado como Nilton Ramon Barromeu de Oliveira, de 25 anos, foi ferido por disparos de arma de fogo por um policial militar na noite de segunda-feira enquanto realizava a entrega de um pedido em um condomínio em Vila Valqueire, Zona Oeste do Rio. Ele se recusou a levar a compra até a porta da casa do cliente, conforme relatado por parentes e testemunhas do incidente.
Atingido na região da coxa, Nilton precisou passar por duas cirurgias e seu estado de saúde é considerado grave, segundo informações vindas do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. O incidente provocou consternação entre colegas de profissão, que se manifestaram em frente ao hospital em protesto contra a violência e em apoio ao entregador ferido.
Um dos manifestantes afirmou que ‘é inadmissível e injustificável um policial militar, que é pago para nos proteger, utilizar uma arma de fogo para atirar em um civil que apenas estava exercendo suas funções profissionais. A violência contra os entregadores de aplicativo é um problema recorrente que precisa ser enfrentado com urgência’.
Ao chegar ao endereço da entrega, Nilton se recusou a entrar no condomínio para levar o pedido até o apartamento, conforme solicitado pela cliente, seguindo as normas estabelecidas pela plataforma iFood. Essa determinação faz parte do protocolo da empresa, cujo objetivo é preservar a segurança e integridade dos entregadores e clientes.
Uma discussão começou a se formar entre Nilton e a cliente, gerando um impasse que culminou na devolução da encomenda e na volta do entregador para a lanchonete de origem. Foi neste momento que o marido da cliente, que era policial militar, se apresentou no local, portando uma arma de fogo. Posteriormente, testemunhas alegaram que o policial começou a discutir com Nilton e sacou a arma, resultando no disparo que atingiu o entregador.
Os vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que Nilton cai no chão após ser baleado, ainda com a mochila nas costas. Após o ocorrido, o policial alegou legítima defesa e se apresentou na delegacia responsável pelo caso e foi liberado. No entanto, o crime será investigado pela 28ª DP (Campinho), e um processo da Corregedoria da Polícia Militar já foi instaurado para apurar as circunstâncias do episódio.
O iFood, plataformas para a qual Nilton realiza entregas, informou que registrou este ano quatro mil casos de ameaças e agressões a entregadores no Estado do Rio. Diante dessa realidade, a empresa tomou a iniciativa de lançar uma Central de Apoio Psicológico e Jurídico no Rio, a fim de prestar suporte a vítimas de violência. Desde sua implementação, 28 atendimentos foram realizados, sendo a maioria relacionada a ameaças e agressões.
Tatiane Alves, porta-voz do iFood, ressaltou que a Central de Apoio é uma resposta essencial para combater a violência contra os entregadores e destacou o comprometimento da plataforma em garantir que tais casos não fiquem impunes.
Além disso, a empresa informou que está providenciando acompanhamento jurídico para o caso de Nilton. A situação do entregador é um exemplo preocupante das adversidades enfrentadas por muitos profissionais que atuam nesse segmento, assinalando a necessidade de políticas efetivas para proteção e amparo desses trabalhadores.
Por Ana Carolina Torres e Jéssica Marques
Fonte: @jornaloglobo
Fonte: © Direto News