Escolas particulares no Brasil tiveram desempenho abaixo da média internacional no Pisa 2022. Especialistas apontam fatores para entender o aprendizado insuficiente no sistema privado.
O ensino privado tem sido a escolha de muitas famílias brasileiras em busca de uma educação de qualidade para seus filhos. No entanto, é importante ressaltar que o ensino privado nem sempre garante um aprendizado eficaz. Dados de avaliações internacionais têm mostrado que o desempenho escolar no Brasil está aquém do esperado, tanto no sistema público quanto no ensino privado.
As instituições privadas representam uma opção para aqueles que buscam uma educação diferenciada, porém é essencial analisar de perto a qualidade do ensino particular oferecido. Investir na formação escolar dos jovens é fundamental para o desenvolvimento do país, por isso a escolha entre escolas particulares deve ser feita com critério e acompanhamento constante dos responsáveis.
Ensino Privado e a Aprendizagem Insuficiente
Os dados mais recentes do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) revelaram que o Brasil conseguiu manter suas notas em matemática, leitura e ciências, mesmo durante a pandemia, porém os alunos brasileiros permaneceram estagnados em níveis de aprendizado bastante insuficientes, abaixo da média internacional. A avaliação realizada em 2022 apontou um desempenho abaixo da média em todos os recortes de renda, incluindo estudantes de escolas particulares e de diferentes estratos econômicos.
As instituições privadas de ensino no Brasil enfrentam desafios consideráveis no contexto atual. Embora as escolas particulares tenham obtido uma pontuação de 456 pontos em matemática, melhor do que a média geral do país, ainda ficaram aquém da média internacional estabelecida pela OCDE. Mesmo os alunos mais abastados no Brasil não atingiram a média da OCDE, sendo superados por estudantes de países como Turquia e Vietnã, que alcançaram mais de 500 pontos.
Impacto da Pandemia e a Avaliação do Ensino Privado
Durante a pandemia, as escolas particulares tiveram um papel fundamental na continuidade do ensino, apesar dos desafios enfrentados. Com 9,4 milhões de matrículas registradas em 2023 no sistema privado, representando uma fatia significativa da educação básica no país, as escolas particulares tiveram que se adaptar rapidamente para garantir a qualidade do ensino.
O pesquisador Ocimar Munhoz Alavarse, especialista em educação pela Universidade de São Paulo (USP), destaca a importância de compreender além das médias de indicadores educacionais, como o Pisa, para analisar a qualidade do ensino privado. Enquanto a maioria das pesquisas se concentra no ensino público, Alavarse há décadas se dedica a interpretar as estatísticas de avaliações educacionais, trazendo uma visão aprofundada sobre o desempenho das escolas particulares.
O Desafio da Melhor Oportunidade de Educação no Ensino Privado
Diante do cenário de aprendizado insuficiente no ensino privado, é fundamental abordar os desafios e oportunidades para melhorar a qualidade da educação oferecida por essas instituições. Garantir que os alunos tenham acesso a uma educação de excelência, que os prepare para a cidadania plena, é essencial para promover a mobilidade social e o desenvolvimento do país.
A avaliação realizada pelo Pisa em 2022 serviu como um alerta para a necessidade de investir na qualidade do ensino privado, buscando estratégias eficazes para elevar o desempenho dos estudantes. A análise dos resultados e a identificação de áreas de melhoria podem orientar ações futuras para fortalecer o ensino privado e proporcionar uma educação de excelência a todos os alunos.
Fonte: © G1 – Globo Mundo