O Bar Mercearia São Pedro é um dos redutos boêmios de São Paulo, frequentado por artistas, escritores e intelectuais, parte da memória coletiva da cidade.
O prédio onde funcionava o Bar Mercearia São Pedro foi adquirido por uma construtora que pretende erguer um novo empreendimento imobiliário no local, dando continuidade à verticalização da região. O fechamento do bar representa mais um capítulo da transformação do bairro, que aos poucos vai dando lugar a novos redutos boêmios e empreendimentos.
Com a crescente demanda por moradia na Vila Madalena, o antigo prédio da Mercearia São Pedro se junta a uma lista cada vez maior de locais que cedem espaço para novos edifícios. A verticalização do bairro tem sido motivo de debate entre os moradores, mas não há dúvidas de que a transformação é inevitável. A história do prédio onde funcionava o bar continuará viva na memória dos frequentadores e moradores da região, mesmo com a chegada de novos empreendimentos.
Um novo prédio para a Vila Madalena
No lugar do estabelecimento, será construído um prédio de luxo com 137 unidades residenciais. Em funcionamento desde 1968, o ‘Merça’, apelido dado pelos frequentadores habituais do reduto boêmio, agora tem em sua fachada uma placa anunciando o fim de uma ‘super história’.
De acordo com reportagem do G1, o ponto final teria sido colocado depois de anos de litígio familiar entre Marcus Benuthe e Pedro Anis Issa Benuthe, herdeiros de Pedro Benuthe, fundador do bar.
Fato é que o concorrido espaço, localizado a pouco mais de 500 metros do metrô Vila Madalena, agora pertence a construtora Habitram Empreendimentos Imobiliários, depois de adquiri-lo da Mitre Empreendimentos Participações. Não apenas o terreno em que o bar fazia morada, mas outros seis lotes adjacentes na Rua Rodésia.
Ali os moradores da região vão assistir nascer um edifício de 26 andares que deverá ser entregue até 2027.
Lançamento previsto
Com lançamento previsto para o início do segundo semestre deste ano, o prédio abrigará 32 apartamentos com três suítes, além de duas coberturas duplex, sendo que todos os compradores dessas unidades terão direito a duas vagas de garagem. Serão dois apartamentos por andar a partir do 9º andar.
Isso porque os sete primeiros andares serão ocupados por 105 estúdios independentes e o 8º terá a área de lazer. ‘Ainda não finalizamos todo o projeto, mas os apartamentos terão mais de 100 m² e os estúdios devem ter de 25 m² a 30 m²’, explica Tony Shayo, co-fundador da Habitram.
Destaque para a Vila Madalena
‘O prédio está no ponto mais alto do bairro, onde, por conta da lei de zoneamento que não permite a produção de prédios altos na zona residencial, mesmo os estúdios vão ter uma vista livre ou para a Praça Rafael Sapienza’, acrescenta.
Com assinatura do escritório de arquitetura Königsberger Vannucchi e do paisagista Ricardo Cardim, o empreendimento pretende se apoiar nos diferenciais do bairro para se destacar de outros edifícios subindo na região. ‘A Vila Madalena tem uma dinâmica de vida que engloba mobilidade urbana, infraestrutura completa, ruas arborizadas, o que se traduz em qualidade de vida.
Vamos incorporar esses pontos no prédio’, ressalta Tony.
O executivo afirma que o projeto também está considerando o impacto do Bar Mercearia na construção da cultura e comportamento do bairro.
‘É um empreendimento no ponto mais alto do bairro, onde, por conta da lei de zoneamento que não permite a produção de prédios altos na zona residencial, mesmo os estúdios vão ter uma vista livre ou para a Praça Rafael Sapienza’, acrescenta.
Com a construção de um edifício de 26 andares, a paisagem do local deverá mudar drasticamente, já que o projeto prevê fachada ativa, calçadas extremamente largas e incorporação do verde, aspectos que são determinados pelo Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo.
Fonte: © Estadão Imóveis