Rússia reage a declarações de Macron sobre possibilidade de enviar tropas à Ucrânia durante encontro da Otan.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte, mais conhecida como Otan, é uma aliança militar intergovernamental fundada em 1949. Seu principal objetivo é garantir a segurança e defesa coletiva dos países membros, promovendo a estabilidade na região países-membros da Aliança.
A Otan é considerada a maior aliança militar do mundo, composta por 30 países que se comprometem a defender uns aos outros em caso de ataque externo. Além disso, a organização realiza diferentes operações e missões em áreas de crise para promover a paz e a segurança global. Desde a sua criação, a Otan tem desempenhado um papel fundamental na manutenção da estabilidade geopolítica no mundo.
A Otan e a possibilidade de ampliação da Aliança militar
O governo da Rússia, liderado por Vladimir Putin, afirmou que uma guerra contra a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) seria ‘inevitável’ caso os países liderados pela França, com Emmanuel Macron, decidam enviar tropas à Ucrânia no embate contra a Rússia. Essa postura reflete as declarações do presidente francês, que não descarta o envio de contingentes da Otan para a Ucrânia.
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ‘O simples debate sobre a possibilidade de envio de tropas da Otan para a Ucrânia representa um novo elemento de grande importância’.
Macron salientou que ‘nada deve ser descartado’ quando se trata da possibilidade da Aliança militar enviar forças para auxiliar a Ucrânia no conflito com a Rússia.
As discussões entre os países membros da Otan, que incluíram a autorização para a entrada da Suécia na Aliança, não chegaram a um consenso oficial sobre o envio de tropas ao território ucraniano. A posição dos Estados Unidos, conforme declarado à Reuters, é de que o país não planeja enviar suas próprias tropas para a Ucrânia, e a Otan também não tem essa intenção. Contudo, alguns países membros manifestaram opiniões divergentes.
O presidente francês, Macron, enfatizou que o foco das reuniões da Otan foi na compra de mais munição e no apoio econômico à Ucrânia, e não no envio de tropas para a região. Líderes ocidentais ressaltaram que Putin não deseja uma expansão da Aliança com o início do conflito.
A entrada da Suécia na Otan e suas implicações geopolíticas
Com a iminente adesão da Suécia à Otan, o Mar Báltico será cercado por países-membros da Aliança, representando uma derrota estratégica para a Rússia. Segundo analistas, Putin estará alcançando exatamente o resultado que buscava evitar ao iniciar a guerra na Ucrânia: a expansão da Otan.
Os passos tomados pela Suécia e pela Finlândia, esta prevista para abril de 2023, de abandonar a neutralidade e aderir à Otan acontecem em decorrência da invasão russa à Ucrânia em 2022. Isso significa que toda a costa do Mar Báltico fará parte do território da aliança, exceto a costa russa e de Kaliningrado.
Em termos práticos, a entrada da Suécia na Otan terá impactos significativos na defesa coletiva e no planejamento de operações no flanco norte da aliança. A capacidade de resposta a um possível ataque russo na região será facilitada, o que inclui a defesa dos países bálticos.
O Mar Báltico também possui relevância comercial ao permitir acesso marítimo aos portos russos de São Petersburgo e Kaliningrado. O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, ressaltou que a Rússia provavelmente não receberá com agrado a adesão da Suécia à Otan e que seu país está preparado para diferentes cenários.
Consequências da entrada da Suécia na Otan
Thomas Nilsson, chefe do serviço de inteligência externa da Suécia, a Must, alertou para a deterioração da situação na Ucrânia após a invasão russa, ressaltando que a adesão do país à Otan fortaleceria a capacidade de enfrentar uma Rússia hostil. A Rússia, por sua vez, reagiu, indicando que a entrada da Suécia na aliança teria consequências negativas.
A cooperação sueca com a Otan ao longo dos anos, inclusive em operações no Afeganistão, facilitou a integração do país à aliança, simplificando o planejamento de defesa e fomentando a cooperação no norte da Europa.
Para analistas, a Suécia era a peça que faltava no mapa da Otan na região, e sua adesão reforça o compromisso com o Artigo 5 do tratado, que considera um ataque armado contra um país membro como um ataque contra todos, incluindo os Estados Unidos.
Participação da Suécia na Otan e possíveis contribuições
A oportunidade de a Suécia ingressar na Otan está alinhada com o incremento das capacidades militares da aliança. A Suécia poderá colaborar com a Otan na contenção da marinha russa no Mar Báltico e no monitoramento de submarinos nucleares na região.
Com aproximadamente 50 mil soldados disponíveis, a Suécia contribuirá significativamente para a capacidade de defesa conjunta. O país também possui uma frota de caças JAS 39 Gripen, além de corvetas e submarinos, fortalecendo as operações militares da Otan.
A Suécia como o 32º país a integrar a Otan
Quando a Suécia for oficialmente aceita como o 32º membro da Otan, terá direito de veto no Conselho da aliança. Os suecos se tornarão parte vital das tomadas de decisão, reforçando a força e a representatividade da Otan.
No entanto, a adesão da Suécia à Otan pode implicar em perda da imagem de pacificador e defensor do desarmamento nuclear, especialmente diante de pressões de alguns membros da organização, como os Estados Unidos.
Considerações sobre a Hungria e a entrada da Suécia na Otan
O adiamento na aprovação da Suécia como membro da Otan pela Hungria foi motivo de especulações. Alguns analistas acreditam que a decisão foi motivada por questões financeiras, enquanto outros destacam a relação próxima do primeiro-ministro húngaro com líderes russos e turcos como um fator de incerteza.
A recente compra de caças suecos pela Hungria, anunciada durante a visita do primeiro-ministro sueco, aqueceu as relações bilaterais. O fortalecimento dos laços entre os dois países, mesmo diante de divergências, visa promover uma relação respeitosa e favorável à segurança na região.
Explicação sobre a Organização do Tratado do Atlântico Norte – Otan
A Otan é uma aliança composta por 32 países, entre eles EUA, Canadá, Reino Unido e França. Fundada em 1949, durante a Guerra Fria, a Otan surgiu como contraparte à União Soviética, atuando principalmente na defesa dos interesses econômicos dos membros.
Após o fim da guerra fria, a Otan expandiu-se e passou a envolver ex-membros do Pacto de Varsóvia, antiga aliança liderada pela URSS. A organização segue promovendo a segurança e a cooperação entre os países membros, como demonstrado em intervenções, como a na Líbia. Os integrantes atuais da Otan incluem:
- Albânia (2009)
- Alemanha (1955)
- Bélgica (1949)
- Bulgária (2004)
- Canadá (1949)
- República Checa (1999)
- Croácia (2009)
- Dinamarca (1949)
- Eslováquia (2004)
- Eslovênia (2004)
- Espanha (1982)
- Estados Unidos (1949)
- Estônia (2004)
- Finlândia (2023)
- França (1949)
- Grécia (1952)
- Holanda (1949)
- Hungria (1999)
- Islândia (1949)
- Itália (1949)
- Letônia (2004)
- Lituânia (2004)
- Luxemburgo (1949)
- Macedônia do Norte (2020)
- Montenegro (2017)
- Noruega (1949)
- Polônia (1999)
- Portugal (1949)
- Reino Unido (1949)
- Romênia (2004)
- Turquia (1952)
Fonte: © G1 – Globo Mundo