Na Guaíba, no menos 268 centros de saúde sofreram danos em regiões inundadas; ‘parece um pesadelo’: médica. Catástrofe: 88 pacientes transferidos, 2 críticos em UTIs. Chuvas fortes causaram inundações, necessitando restringir visitas e racionamento de água. Municípios afetados: segurança forneceu barcos e helicópteros. À noite, 88 pessoas foram removidas de áreas sem pacientes. Problemas de abastecimento, regiões afetadas, adotaram estratégias. Área subterrânea de hospitais, unidades básicas, pronto-atendimentos sem funcionamento. Catástrofe: totais de mortes não confirmados.
Os desafios enfrentados pelos hospitais do Rio Grande do Sul diante da recente catástrofe são imensos. As fortes chuvas que resultaram em inundações e mortes trouxeram consigo a urgência de atender uma grande quantidade de pessoas em situações críticas, sobrecarregando as equipes médicas e os recursos disponíveis. Lidar com essa demanda emergencial se tornou um verdadeiro teste de capacidade e resiliência para os profissionais de saúde da região.
Além dos desafios imediatos de prestar assistência às vítimas das inundações, os hospitais também precisam se preparar para enfrentar as consequências a longo prazo desse desastre natural. A recuperação dos feridos, a prevenção de doenças decorrentes das enchentes e o apoio psicológico às pessoas afetadas são apenas alguns dos desafios que ainda aguardam as equipes de saúde, que trabalham incansavelmente para superar cada obstáculo com dedicação e empatia.
Desafios Enfrentados pelos Profissionais de Saúde em Meio às Catástrofes
Na batalha pela sobrevivência, médicos e demais profissionais da área da saúde estão revivendo estratégias implementadas durante a pandemia de covid-19, como a restrição de visitas, porém, novos desafios surgem, como o racionamento de água devido a problemas de abastecimento que impactam diversas regiões. O panorama da noite de quinta-feira, 9, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, indicava que 268 unidades de saúde, incluindo hospitais, unidades básicas e pronto-atendimentos, sofreram algum tipo de dano em decorrência das fortes chuvas. Nove hospitais precisaram interromper suas operações. O Hospital Mãe de Deus, situado em Porto Alegre, é uma das instituições afetadas que precisou fechar suas portas.
Apesar de a inundação ter atingido o subsolo, uma área sem pacientes, quase 300 pessoas foram transferidas para outras instituições na capital por questões de segurança no último final de semana. O Hospital encontrava-se sem energia elétrica e água. Durante a madrugada do sábado anterior, 4, o Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) foi invadido pelas águas e as 400 pessoas presentes na unidade – 100 funcionários, 101 pacientes e moradores em busca de abrigo – precisaram ser resgatadas por barcos e helicópteros. Dos 88 pacientes internados, 13 estavam em estado crítico na UTI.
Infelizmente, dois pacientes em estado grave não resistiram e faleceram. O HPSC, referência para 102 municípios da região, permanece alagado e os danos ainda não foram totalmente avaliados. ‘Nunca poderia imaginar, em três décadas de prática médica e lidando com emergências e situações de extrema vulnerabilidade humana, enfrentar o que nossa equipe enfrentou’, afirmou o médico Álvaro Fernandes, diretor técnico do HPSC, em comunicado.
‘O que mais me marcou, em meio a esse oceano de emoções e desespero, foi a capacidade intrínseca do ser humano de demonstrar intensa solidariedade para com o próximo.’ O Hospital de Pronto Socorro de Canoas estava com 400 pessoas, entre funcionários, pacientes e desabrigados, quando precisou ser evacuado.
Desafios na Rotina Hospitalar em Meio às Catástrofes Naturais
Profissionais de saúde que atuam nas unidades afetadas descrevem um cenário de caos que demanda amplo conhecimento das práticas em situações de escassez para tomada de decisões. A médica intensivista Ana Carolina Peçanha Antonio, que trabalha no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e no Hospital Independência, destaca a preocupação com o risco de desabastecimento dentro do ambiente hospitalar.
Mesmo com a redução do nível do lago Guaíba, a cidade de Porto Alegre ainda enfrenta pontos de alagamento e possui uma única via de entrada e saída para outras localidades. Além disso, as chuvas retornaram. ‘Esta semana foi extremamente desafiadora. Agora, a situação está um pouco mais estável, mas muitos insumos estão se esgotando e precisamos recorrer à literatura médica e usar nossa criatividade para manter o padrão de qualidade no atendimento aos pacientes’, relata.
Ana Carolina ressalta que a situação nos hospitais continua crítica, com a escassez de recursos e a necessidade de adotar estratégias inovadoras para lidar com os desafios enfrentados. A solidariedade e a união entre os profissionais de saúde têm sido fundamentais para superar os obstáculos e garantir o atendimento adequado à população afetada pelas catástrofes naturais.
Fonte: @ Veja Abril