Descoberto em crânio egípcio: evidências de antigas práticas cirúrgicas, com cortes, instrumentos metálicos afiados e tomografia computadorizada revelando intervenções em torno de tumores. (145 caracteres)
Os registros históricos revelam que o câncer tem sido uma preocupação ao longo dos séculos. Civilizações antigas como a grega e a romana descreveram sintomas e tratamentos para essa doença.
A malignidade do câncer é uma realidade que desafia a humanidade desde tempos remotos. Mesmo com o avanço da ciência, a batalha contra essa condição persiste, exigindo inovação e dedicação contínuas.
Descobertas Antigas Sobre a Intervenção em Câncer
Agora, evidências recentes de um crânio com mais de 4 mil anos revelam que médicos egípcios antigos podem ter tentado tratar certos tipos de câncer com cirurgias antigas. O crânio pertenceu a um homem de 30 a 35 anos na época de sua morte e está na coleção do Duckworth Laboratory da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Desde meados do século 19, cientistas têm estudado a superfície marcada do crânio, incluindo várias lesões que acreditam representar danos ósseos de tumores malignos. Os arqueólogos consideram o crânio, rotulado como 236 na coleção, um dos exemplos mais antigos de malignidade no mundo antigo, datando de entre 2686 a.C. e 2345 a.C.
Quando os pesquisadores examinaram mais de perto as cicatrizes dos tumores com um microscópio digital e tomografia computadorizada (TC), detectaram sinais de cortes ao redor dos tumores. Isso sugere que instrumentos metálicos afiados foram utilizados para remover os crescimentos. As descobertas foram relatadas na revista Frontiers in Medicine. ‘Foi a primeira vez que a humanidade lidou cirurgicamente com o que hoje chamamos de câncer’, disse o autor sênior do estudo, Dr. Edgard Camarós, professor do departamento de história da Universidade de Santiago de Compostela, em Coruña, Espanha.
Não se sabe se os curandeiros tentaram remover os tumores enquanto o paciente ainda estava vivo ou se os tumores foram removidos após a morte para análise. ‘Se esses cortes foram feitos com a pessoa viva, estamos falando de algum tipo de tratamento diretamente relacionado ao câncer’, explicou Camarós. Por outro lado, se os cortes foram feitos postumamente, ‘significa que isso é uma exploração de autópsia médica relacionada ao câncer.’ De qualquer forma, ‘é impressionante pensar que realizaram uma intervenção cirúrgica’, acrescentou o pesquisador. ‘Mas não podemos realmente distinguir entre um tratamento e uma autópsia.’
A medicina no antigo Egito, documentada extensivamente em textos médicos como o Papiro Ebers e o Papiro Kahun, era indiscutivelmente sofisticada. As novas descobertas oferecem evidências diretas importantes desse conhecimento. Ibrahem Badr, professor associado do departamento de restauração e conservação de antiguidades na Universidade Misr de Ciência e Tecnologia em Gizé, Egito, destacou que a medicina egípcia antiga não se baseava apenas em remédios herbais, mas também em práticas cirúrgicas. Enquanto essas evidências da antiguidade foram bem estudadas durante os séculos 19 e 20, as tecnologias do século 21, como as usadas no novo estudo, estão revelando detalhes desconhecidos sobre a intervenção em câncer.
Fonte: © CNN Brasil