Lendário Cafu, quase reserva na Copa 98 da Seleção, admitia: “Melhor me cuidasse, irmaria mais longe”. Período: Seleção brasileira, grandes equipes, final, Libertadores, Seleção, amistoso contra México, Estados Unidos. Imprensa: “Se cuidasse mais, iria alcançar”.
Russo, um lateral-direito promissor, percorreu uma extensa lista de clubes, incluindo Sport, Vitória, Cruzeiro, Botafogo, Santos, São Caetano, Vasco e Spartak. Com apenas 21 anos, o jovem talento já fez parte da seleção brasileira, contribuindo para um período lendário ao lado de Ronaldo e Romário.
Além de suas conquistas nos gramados, Russo tem uma história de vida inspiradora. Antes de se tornar um fenômeno no futebol, ele era um ex-feirante, lutando para alcançar seus sonhos e se destacar no esporte. Sua determinação e talento o levaram a alcançar o sucesso, tornando-o uma figura admirada no mundo do futebol.
Russo: O Lendário Lateral-Direito que Encantou a Seleção Brasileira
Esteve próximo de disputar a Copa da França, num período em que Zagallo buscava por um reserva para Cafu, mas ficou fora por lesão. Russo é uma figura extrovertida e hoje relembra com saudade sua época como jogador. Ele não esconde os arrependimentos e não tem receio de admitir que faria tudo de forma diferente. Se por um lado as passadas largas e a velocidade pela lateral direita eram suas características mais marcantes em campo, fora dele também chamava atenção pelos excessos.
– Eu, com a cabeça de hoje, faria tudo ao contrário, me cuidaria mais, valorizaria mais minha profissão. Faria diferente. Mas veja, sair de uma favela, onde nunca teve nada e, de repente, ver sua vida mudar tão rapidamente. Foi tudo muito rápido mesmo. Seleção, dinheiro, carro, fama. Era muito difícil lidar com isso. Hoje, essa molecada tem tudo. Pessoal que cuida da imagem do jogador, da vida financeira. Queria eu, no meu tempo, ter isso. Hoje, é tudo diferente.
– Eu mesmo, não tive ninguém para me dar conselho, pelo contrário, atraía todo tipo de gente, pessoa boa, pessoa ruim.
O ex-feirante que recusou o São Paulo pelo Corinthians e foi salvo por Leo Moura: ‘É o Acosta, rapaz!’
Fenômeno da base do Sport revisita passado e abre o coração: ‘Peço desculpas por não ter dado certo’ Na verdade, até tinha.
Russo relembra de um aviso crucial do então técnico Emerson Leão. – Ele dizia: ‘Russo, você é jovem, e eu já fui jovem. Já aproveitei muito. Mas a gente tem que se cuidar. Você não é de ferro, não. Quando passar dos 30, você vai sentir.’ Foi dito e feito, rapaz… O que ele me disse, aconteceu. Realmente, após os 30 anos, Russo teve uma carreira de alto nível.
Jogou por grandes equipes, sempre competindo na Série A, chegou a uma final de Libertadores e, é claro, esteve na Seleção. E é exatamente aqui, com a amarelinha, que essa história se inicia. Salvador, Bahia. No estacionamento do Barradão, Russo aguardava dentro do carro. De longe, observava uma movimentação estranha mais à frente. Não era comum aquela quantidade de repórteres num dia normal de treino do Vitória. Sem saber do que se tratava e com medo que fosse alguma bronca, decidiu esperar. Só que a hora do início do treino estava se aproximando. ‘Tenho que ir.’ Russo saiu do carro e, com o material de treino na mão, se dirigiu para a entrada dos jogadores. Quando se deu conta, estava todo mundo em cima dele. A imprensa estava ali para entrevistar a surpresa da convocação do técnico Zagallo para a Seleção, que faria um amistoso contra o México, nos Estados Unidos. Mesmo com tudo aquilo, ainda foi difícil acreditar que tinha realmente sido chamado para a Seleção.
– Eu não acreditava que tinha sido convocado. Só acreditei à noite, quando passou no Jornal Nacional. Foi uma alegria que não tem tamanho. Na época, Russo tinha 21 anos e havia acabado de chegar ao Vitória. Apenas dois anos antes, jogava na várzea quando foi observado pelo técnico Cauly, que o levou para o Sport. Um rápido teste e o olhar experiente do então treinador.
Fonte: © GE – Globo Esportes