Muitos professores públicos brasileiros, com baixos salários e precárias condições, precisam trabalhar em turno da noite para completar o mês. Renda média de R$ 1.500, sem incentivos. Alimentação: quinze dias de almoços, cachorros-quentes, pães recheados, presunto. Sem Natal, chicha, grãos ou frutas. Horas de aula reduzidas. Alunos muitas, qualificados poucos. Sem esvaziamento escolas, funcionários públicos esperam o relatório da Centro de Documentação e Análise Social da Federação Venezuelana de Professores para a cesta básica familiar.
Belkis Bolívar, uma dedicada educadora, recebe seu salário a cada 15 dias e consegue adquirir apenas uma dúzia de ovos com esse valor. Para muitos, isso pode parecer insuficiente, mas para ela, é uma conquista manter-se com esse recurso. Com sua determinação, Belkis segue em frente, enfrentando os desafios do dia a dia.
Assim como Belkis, muitos outros professores venezuelanos compartilham histórias de dificuldades financeiras e de resiliência. Esses educadores enfrentam obstáculos diários e mesmo com recursos limitados, continuam a desempenhar seu importante papel na sociedade. Através do seu trabalho árduo e dedicação, eles inspiram seus alunos e contribuem para um futuro melhor.
Professores na Venezuela Enfrentam Desafios Financeiros
A realidade dos educadores venezuelanos é marcada por dificuldades financeiras e precárias condições de trabalho. Professores como Belkis, uma moradora de Caracas com mais de 30 anos de experiência, enfrentam um cenário desafiador. Ela trabalha no turno da noite em uma escola pública, recebendo um salário de 150 bolívares a cada quinze dias, totalizando 300 bolívares por mês, o equivalente a menos de US$ 10 ou cerca de R$ 50.
A necessidade de complementar a renda é uma realidade constante para professores venezuelanos. Belkis, além de dar aulas particulares de francês, vende almoços, cachorros-quentes e pães recheados durante o Natal, buscando sempre novas maneiras de ganhar dinheiro. Ela destaca a falta de incentivos e o esvaziamento das escolas como fatores impactantes, levando muitos profissionais qualificados a abandonar a profissão.
O salário médio de um professor na Venezuela é de apenas US$ 21,57 por mês, de acordo com dados do Centro de Documentação e Análise Social da Federação Venezuelana de Professores. Enquanto isso, o custo da cesta básica familiar ultrapassa os US$ 500, tornando quase impossível para os educadores alcançarem um nível adequado de subsistência com seus rendimentos atuais.
O governo de Nicolás Maduro realizou ajustes salariais em 2022, elevando o salário base dos funcionários públicos para 130 bolívares por mês, cerca de US$ 3,6 ou R$ 18. Apesar do anúncio de um aumento no ‘bônus de guerra econômica’ e no ticket de alimentação, muitos professores não têm acesso a esses benefícios, que requerem uma adesão ao polêmico ‘carnê da pátria’.
A crise salarial e as más condições de trabalho levaram Belkis e cerca de 200 mil outros professores a repensarem suas carreiras. Alguns optaram por emigrar do país ou buscar novas ocupações. A incerteza econômica e a falta de perspectivas futuras têm impactado não apenas os profissionais, mas também os alunos, com a redução das horas de aula e a presença de indivíduos não qualificados ministrando o ensino.
Apesar dos desafios, profissionais como Belkis persistem na profissão por vocação, mantendo o contato com as crianças como um aspecto fundamental de seu trabalho. A luta por melhores condições para os educadores venezuelanos continua, em meio a um cenário desafiador e instável.
Fonte: © G1 – Globo Mundo