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Indumentária negra de Valentina Cid, do Boi Caprichoso, usada na primeira noite do festival, acusada de apropriação cultural: vestido, escolhido, elementos, da cultura negra.
Sinhazinha trouxe consigo bonecos representando o Pai Francisco e Mãe Catirina, figuras que simbolizam indivíduos escravizados durante o período colonial brasileiro. A performance do Boi Caprichoso durante a estreia do 57° Festival Folclórico de Parintins, na sexta-feira passada (28), suscitou discussões acerca do racismo estrutural nas plataformas online.
O espetáculo, que retratou de forma fiel a cultura amazônica, também evidenciou a persistência da discriminação racial em nossa sociedade. A representação dos personagens históricos levanta questões importantes sobre o preconceito racial ainda presente no Brasil contemporâneo.
Racismo Estrutural na Indumentária Escolhida
A controvérsia surgiu devido ao traje usado pela personagem ‘Sinhazinha’, interpretada por Valentina Cid, durante sua apresentação no Bumbódromo. O vestido carregava bonecos que representavam pessoas pretas, levantando debates sobre racismo, discriminação e preconceito racial. A escolha da indumentária para o evento, que deveria homenagear a cultura dos povos tradicionais da Amazônia, foi duramente questionada.
Elementos da Cultura Negra e Apropriação Cultural
Além dos bonecos pretos no vestido, a ‘Sinhazinha’ do Boi Caprichoso segurava bonecos do Pai Francisco e Mãe Catirina, figuras que remetem à escravidão no Brasil Colônia. Esses elementos, ao invés de celebrar a cultura negra, foram interpretados como perpetuação de estereótipos e apropriação cultural.
Discussões sobre Racismo no Festival de Parintins
As questões raciais sempre estiveram presentes no Festival de Parintins. Em 2019, jurados pediram o fim do blackface na caracterização de Pai Francisco e Mãe Catirina, resultando na representação autêntica de atores negros. No entanto, a crescente importância da Sinhazinha tem gerado críticas de historiadores, que veem um ‘embranquecimento’ do festival.
Polêmica com Valentina Cid e a Orixá Oxum
Em uma tentativa de resgatar elementos da cultura negra em 2023, Valentina Cid se vestiu como a orixá Oxum, mas foi acusada de apropriação cultural. Essa situação evidencia a sensibilidade em torno do tema do racismo e da representação cultural, destacando a necessidade de reflexão e diálogo contínuo.
Fonte: @ Nos