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“Durante a noite, o cérebro de um professor de Oxford afirma: ‘Sabe que A-levels, seleção, etapa final da vida acadêmica no Reino Unido te preocupam. Trabalhando em matemática, estatística e mecânica. Revisão, consolidação e memória ativa: processamento intensivo. Emoções e situações desafiadoras, aprendizado continuo. Sinais ameaçadores ou sinais de progresso?’ Dormindo ou acordado.”
Em um futuro próximo, em 2026, Oluwatosin, agora com 18 anos, estará prestes a realizar seus sonhos, concluindo as provas A-levels que o levarão ao tão almejado ensino superior no Reino Unido. Ele sabe que, à medida que se prepara para esse desafio, seus sonhos se tornarão mais vívidos e inspiradores, guiando-o em direção ao seu destino.
Porém, em meio a essa jornada de conquistas e realizações, Oluwatosin também enfrentará visões inquietantes, que surgem como imagens distorcidas em seus momentos de maior ansiedade. Mesmo assim, ele se mantém firme em sua determinação, transformando esses pesadelos em força para seguir em frente, rumo aos seus objetivos.
Sonhos e Pesadelos: A Jornada de Oluwatosin na Sala de Exames
Oluwatosin se encontra numa sala de exames, sua prova de matemática está à sua frente, mas ele se confundiu na revisão de estatística e mecânica, e o teste está cheio de perguntas para as quais ele não se preparou. Ele acorda suando e com dor de cabeça, aliviado ao descobrir que tudo não passava de um sonho. Não é possível saber o quão comum é ter esse tipo de pesadelo, já que nem todo mundo se lembra deles. Mas por que temos esses sonhos? E há alguma maneira de evitá-los?
Colin Espie, professor de medicina do sono na Universidade de Oxford, no Reino Unido, explica que nosso cérebro está acordado mesmo quando estamos dormindo. Ele está ocupado consolidando as coisas que aprendemos, construindo nossas memórias e processando nossas emoções. Mas ele também estará gerando situações — resultando no que conhecemos como sonhos. ‘A gente costuma receber alguns poucos sinais de que nosso cérebro está processando informações’, diz Espie. Sonhos sobre as provas, portanto, deveriam ajudar a nos ‘tranquilizar’, já que eles querem dizer que todo esse aprendizado está sendo feito — mesmo sem que saibamos. ‘O que está acontecendo durante a noite é talvez seu cérebro dizendo… ‘Eu sei que isso está te preocupando, eu sei que há coisas a serem feitas. Estou trabalhando nisso”, diz o professor.
Isso não quer dizer que não devemos estudar durante o dia. O cérebro só pode consolidar as coisas que estamos tentando aprender. Podemos ter muitas coisas acontecendo em nossas vidas, então por que é que as provas podem estar tendo destaque em nossos sonhos? ‘É muito comum sonhar com qualquer coisa que seja ameaçadora’, explica Espie. Apenas porque algo é ameaçador não significa que seja ruim, ele diz, mas pode significar que é desafiador — e os exames são, quase por definição, desafiadores. ‘A maioria das pessoas não aguarda ansiosamente pelos seus exames, né?’
‘Eles estão em sua mente durante o dia, e não deveria nos surpreender que estejam em nossa mente durante a noite.’ Os sonhos com as provas são bem comuns, de acordo com Espie. ‘Praticamente todo mundo’ tem esses sonhos, mesmo que não se lembre deles. ‘Para uma parte das pessoas, esses sonhos não irão se manifestar na consciência, e então você não estará ciente deles.’ ‘Para algumas, eles vão se manifestar um pouco mais e será ocasional. E, para outras, será um problema todas as noites.’
Sonhos e Visões: A Experiência de Zuhal com o Tempo
Sonhos emocionais Zuhal, de 19 anos, sempre sonha que está atrasada. ‘Eu acordo duas ou três vezes antes de meu alarme tocar, para checar a hora’, diz. ‘Eu penso… ‘Preciso dormir por mais uma hora’, mas não consigo.’ Para o professor Colin Espie, de Oxford, a explicação é ‘simples’. ‘Você consegue ter noção das horas mesmo quando está dormindo’, ele diz — acrescentando que os seres humanos não tinham smartphones ou mesmo relógios no passado. Pesadelos, diz o professor, são sonhos emocionais — um sinal de que nossos sentimentos estão sendo processados enquanto dormimos. Alguns podem persistir por anos, incluindo aqueles.
Fonte: © G1 – Globo Mundo