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Organismo central africano considera nova surto de pox dempox. Taxa de letalidade incerta, mutações na cepa desconhecidas.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou hoje que está analisando a possibilidade de convocar o comitê de emergência da entidade para discutir a situação do surto de mpox na África.
A preocupação com a propagação da mpox é crescente, especialmente considerando a gravidade da doença e a possibilidade de se tornar uma epidemia. Além disso, a disseminação da varíola dos macacos em regiões vulneráveis é um fator adicional que requer atenção urgente e ação coordenada.
Surto de Mpox na África Central
À medida em que uma variante mais letal da mpox se dissemina por diversos países africanos, a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África, governos locais e parceiros intensificam suas ações para conter a propagação da doença. Tedros Adhanom, em seu perfil na rede social X, destacou a gravidade da situação e mencionou a possibilidade de convocar o Comitê de Emergência de Regulamentos Sanitários para orientá-lo sobre a possível declaração de emergência em saúde pública de interesse internacional.
Entenda que, no final de junho, a OMS emitiu um alerta sobre uma variante mais perigosa da mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos. A República Democrática do Congo enfrenta um surto da doença desde 2022, com uma transmissão intensa do vírus entre humanos, resultando em uma mutação inédita até o momento.
Dados da entidade revelam que a taxa de letalidade da nova variante 1b na África Central atinge mais de 10% entre crianças pequenas, enquanto a variante 2b, responsável pela epidemia global de mpox em 2022, apresentou uma taxa de letalidade inferior a 1%. Em junho, a OMS registrou mais de 95 mil casos confirmados da doença em 117 países, com mais de 200 mortes.
Rosamund Lewis, líder técnica do Programa de Emergências Globais da OMS sobre varíola dos macacos, ressaltou a significativa escalada de casos, considerando o histórico limitado de ocorrências da mpox até então. Ela também mencionou um surto específico no leste da República Democrática do Congo, na província de Kivu do Sul, causado por uma cepa de mpox com mutações até então desconhecidas.
Essas mutações indicam uma transmissão exclusivamente entre humanos, revelando novos desafios no controle da doença. A mpox é uma doença viral zoonótica, com transmissão por contato com animais silvestres infectados, pessoas doentes e materiais contaminados. Os sintomas incluem erupções cutâneas, linfonodos inchados, febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fraqueza.
O período de incubação varia de 3 a 16 dias, podendo se estender a 21 dias. Após o desaparecimento das crostas na pele, a pessoa não transmite mais o vírus. As lesões cutâneas podem surgir em diferentes partes do corpo, com variação no número e na intensidade. A mpox representa um desafio crescente devido às mutações da cepa e à transmissão entre humanos, exigindo uma resposta global coordenada e eficaz.
Fonte: @ Agencia Brasil