Politico acusado de falsificar 34 registros comerciais para esconder supostos pagamentos a atriz pornô Stormy Daniels. Júri de 12 pessoas considerou-o culpado. Acusações de falsificação de registros empresariais. Conspirados pagamentos para manter história em segredo. Sentença proferida por juiz, penas variáveis. Defesa adiou processos. Testemunhas: Daniels, Cohen. Invasion Capitólio. Não identificados pagamentos.
Em um desfecho surpreendente, Donald Trump foi oficialmente condenado em um julgamento histórico nesta quinta-feira. O veredito do júri, formado por 12 cidadãos, confirmou sua culpa em 34 acusações relacionadas à falsificação de registros empresariais. A sentença condenatória foi recebida com choque e debate em todo o país.
Após ser condenado em um caso criminal inédito, Donald Trump agora enfrenta um longo caminho de apelações e recursos legais. O ex-presidente, antes apenas acusado de irregularidades, agora é oficialmente processado pela justiça, marcando um capítulo sem precedentes na história política dos Estados Unidos.
Trump: O Condenado por Pagamentos a Stormy Daniels
Trump foi acusado de tentar esconder pagamentos à atriz pornô Stormy Daniels para evitar a divulgação de supostos encontros sexuais com ele, ocorridos pouco antes da eleição de 2016. A sentença, proferida pelo juiz Juan Merchan, pode variar desde serviços comunitários até reclusão por até quatro anos. A condenação não afeta a candidatura de Trump à Presidência neste ano, de acordo com a Folha de S.Paulo.
Os Processos Contra o Condenado
Existem outros três processos criminais contra Trump, mas nenhum deve ser concluído antes da eleição de 5 de novembro, devido a uma estratégia da defesa de adiar os processos. O Comitê que investiga a invasão ao Capitólio acusa Trump de quatro crimes, sem datas marcadas para os casos em que ele é acusado de tentar reverter o resultado da eleição de 2020, interferência eleitoral na Geórgia em 2020 e posse ilegal de documentos sigilosos.
O Julgamento do Condenado
O julgamento durou seis semanas na Corte Criminal de Manhattan, em Nova York, com um júri composto por 12 pessoas. Foram ouvidas 22 testemunhas, incluindo Stormy Daniels e o advogado Michael Cohen, antigo aliado de Trump que se voltou contra ele. Cohen pagou US$ 130 mil a Daniels para manter em segredo o suposto encontro sexual com Trump em um hotel em Lake Tahoe (Nevada) em 2006, após se conhecerem em um torneio de golfe.
A defesa de Trump, liderada pelo advogado Todd Blanche, argumentou que o testemunho visava constranger o réu e influenciar o júri, pedindo a anulação do julgamento. O juiz Merchan discordou, afirmando que, embora algumas coisas pudessem ter sido omitidas, não justificava a anulação do julgamento. Michael Cohen, a principal testemunha da acusação, declarou que foi instruído por Trump a pagar Daniels para manter a história em segredo durante a campanha de 2016, temendo seu impacto eleitoral. A promotoria afirmou que essa prática não foi isolada.
Trump, Cohen e David Pecker, então publisher do tabloide National Enquirer, teriam conspirado para identificar e suprimir notícias prejudiciais ao republicano, comprando as histórias e não publicando-as. Após a eleição e já empossado, Trump teria se reunido com Cohen no Salão Oval para discutir o reembolso dos pagamentos feitos a Daniels.
Fonte: © Migalhas