Estudo mostra que excessivo e indiscriminado uso de medicamentos dificulta controle da doença e promove crescimento de sintomas. Termos: uso superior a padrão, receita, igual ou maior a 3 receitas, igual ou superior a 10 receitas, doses superiores a 11,2 ml.
Uma pesquisa recente, divulgada na Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia, destaca que o uso excessivo da bombinha de asma, dispositivo essencial para o controle dos sintomas da doença, pode desencadear efeitos adversos e agravar a condição do paciente. É fundamental que os indivíduos com asma entendam a importância de seguir corretamente as orientações médicas quanto ao uso da bombinha, evitando automedicação e buscando sempre a supervisão de um profissional de saúde.
Além disso, é crucial ressaltar que o beta2-agonista, um tipo de medicamento de curta duração conhecido como SABA (do inglês Short-Acting Beta-Agonist), presente na bombinha de asma, deve ser utilizado com moderação e apenas nos momentos de crise respiratória aguda. O uso indiscriminado desse medicamento pode mascarar os sintomas subjacentes da asma, dificultando o diagnóstico correto e o tratamento adequado da doença. Portanto, a conscientização sobre o uso responsável da bombinha de asma e dos beta2-agonistas é essencial para garantir o controle eficaz da condição e a qualidade de vida dos pacientes.
O uso excessivo de bombinhas de asma pode acarretar sérios problemas de saúde
O relatório ressalta a importância de evitar o uso indiscriminado de medicamentos, como as bombinhas de asma, para garantir um controle adequado da doença. O medicamento em questão, um beta2-agonista de curta duração – SABA, é popular, mas seu uso em excesso pode levar a complicações graves.
Um padrão preocupante de prescrição foi identificado, com muitos pacientes recebendo uma quantidade média de 11,2 ml de bombinhas nos últimos 12 meses. Além disso, uma parcela significativa recebeu prescrições igual ou maior a 3 frascos, e alguns até igual ou maior a 10 frascos, o que evidencia um uso excessivo do medicamento.
O estudo revela que o uso indiscriminado dessas bombinhas pode mascarar a gravidade da doença, levando a tratamentos mais agressivos, como corticosteroides orais. Essa prática pode resultar em efeitos adversos importantes e até mesmo crises graves da doença.
Marcelo Rabahi, renomado professor de Pneumologia, destaca a necessidade de os profissionais de saúde seguirem as diretrizes clínicas recomendadas para o tratamento da asma. É fundamental que haja uma maior conscientização sobre o caráter inflamatório da doença e as opções terapêuticas disponíveis, como os imunobiológicos.
Os dados do estudo também apontam para altas taxas de compra de bombinhas sem receita médica, o que contribui para o uso indiscriminado do medicamento. Isso pode resultar em um aumento de crises e até mesmo em maior risco de mortalidade entre os pacientes asmáticos.
Diante dessas descobertas alarmantes, é essencial que haja uma educação mais ampla sobre o tratamento adequado da asma. As organizações médicas, como a GINA e a SBPT, recomendam o uso combinado de broncodilatadores e corticoides inalatórios, em detrimento da monoterapia com SABA, para reduzir o risco de crises e melhorar o controle da doença.
Com cerca de 20 milhões de pessoas com asma no Brasil, é crucial que medidas sejam tomadas para evitar o uso excessivo e indiscriminado de bombinhas, garantindo assim uma melhor qualidade de vida para os pacientes asmáticos e reduzindo as taxas de mortalidade relacionadas à doença.
Fonte: @ Veja Abril