Prisões dos irmãos Brazão, ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa e outros suspeitos de envolvimento nas mortes de Marielle Franco se somam a prisões anteriores.
A captura dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, neste domingo (24), se unem a outras ocorridas nos últimos anos de suspeitos de envolvimento com as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Marielle e Anderson foram assassinados a tiros no dia 14 de março de 2018.
As notícias de detenção de pessoas ligadas aos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes trazem um novo capítulo para essa trágica história. A investigação sobre o caso segue em andamento e novas informações sobre o encarceramento dos suspeitos continuam sendo divulgadas pela imprensa.
Novas prisões relacionadas à investigação do assassinato de Marielle e Anderson
Eles retornavam de um evento na Lapa, quando o carro em que estavam foi atingido por disparos enquanto passavam pelo Estácio, também na região central do Rio. Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) é deputado federal, e seu irmão Domingos Brazão é conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio.
Até o momento, sete pessoas foram detidas sob suspeita de envolvimento com o crime, em uma ação iniciada um ano após as mortes de Marielle e Anderson. Em 2019, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram encarcerados. Lessa é acusado de ter sido o responsável pelos disparos, e Queiroz, de ter conduzido o veículo usado no crime.
Detenções e condenações no caso Marielle e Anderson
Lessa foi capturado em março daquele ano, indicado por Queiroz como o autor dos tiros que ceifaram as vidas das duas vítimas. Queiroz, por sua vez, detido no mesmo dia, confessou que dirigia o Cobalt utilizado no crime.
Sargento reformado da Polícia Militar, Lessa só foi expulso da corporação em fevereiro do ano passado, após quase quatro anos sob prisão e duas condenações –uma por tráfico internacional de armas e outra por ocultação e destruição de provas na investigação da morte da vereadora. Ele deixou a ativa após sobreviver a um atentado que lhe custou uma perna, em 2009.
Acusação de envolvimento em atividades criminosas
Integrante do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do 9º BPM, que engloba bairros da zona norte do Rio, Lessa passou a ser apontado como membro de um grupo de matadores de aluguel e, conforme o Ministério Público, tinha vínculos com a milícia de Oswaldo Cruz e o jogo do bicho.
Queiroz foi expulso da PM em 2016, após acusações de envolvimento com drogas, milícias e exploração de jogos ilegais. Anteriormente detido por esses mesmos motivos, no ano passado foi preso o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, suspeito de participar de campanas para monitorar Marielle. Ele foi mencionado na delação de Queiroz.
Novas prisões e desdobramentos das investigações
Também foi detido Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, proprietário de um ferro-velho apontado como responsável pelo desmanche e descarte do veículo utilizado pelos criminosos no dia do assassinato. Orelha foi preso no mês passado em sua residência em Santa Cruz da Serra, na Baixada Fluminense.
Denunciado pelo MP em agosto do ano passado, Orelha é acusado de obstruir as investigações ao destruir o carro em um desmanche na zona norte do Rio. Segundo a Promotoria, ele é conhecido de Lessa e Queiroz, sendo contatado por Suel para se livrar do veículo utilizado no crime.
Suel, detido em julho do ano passado em operação conjunta da PF e Ministério Público, já tinha sido preso anteriormente, suspeito de atrapalhar as investigações. A investigação apontou que ele participou de campanas durante o planejamento da morte de Marielle.
Ações da Polícia Federal relacionadas ao caso Marielle e Anderson
As prisões deste domingo são consideradas um avanço pela PF, visto que o caso havia sido solucionado sem chegar aos mandantes. No ano passado, a investigação foi reaberta em esfera federal, resultando na operação da PF cinco dias após a homologação da delação de Lessa.
Fonte: © TNH1