Vertown gestiona 6,7 mi de toneladas de resíduos em 2023, com valores em crescimento, pauta ESG e redução de CO2.
Os resíduos são materiais que sobram após um processo ou atividade, podendo ser sólidos, líquidos ou gasosos. Eles podem ser gerados em diversas atividades, como na produção industrial, na agricultura, na construção civil e no dia a dia das pessoas. A gestão adequada dos resíduos é essencial para reduzir o impacto ambiental e promover a sustentabilidade.
É importante separar o lixo orgânico do reciclável, para que os resíduos possam ser tratados de forma correta. Além disso, o reaproveitamento de sobras, reutilização de restos e a redução do desperdício também auxiliam na diminuição da quantidade de resíduos que vão para aterros sanitários ou que são descartados de forma inadequada, causando danos ao meio ambiente. É fundamental repensar nossos hábitos e buscar alternativas para diminuir a geração de rejeitos e promover a reciclagem.
Indústria e a preocupação ambiental
A preocupação ambiental, a gestão de custos e a pauta ESG fizeram com que as empresas se movimentassem para entender o que produzem de resíduo – e para onde ele vai.Se até há poucos anos, algumas gigantes listadas em bolsas sequer sabiam quanto lixo produziam, agora quase toda grande (e, por que não, média e pequena) empresa tem uma gestão mais consciente dos seus resíduos.Isso pode ser atestado pelos números de mercado em constante crescimento.
Mundialmente, o mercado de gestão de resíduos deve crescer de 1,3 trilhão de dólares em 2023 para cerca de 2 trilhões de dólares em 2030 — numa escalada anual de 5%. Foi essa oportunidade que o mineiro Guilherme Arruda identificou em 2017 para criar a Vertown, startup que oferece uma plataforma para indústrias fazerem .
A Vertown e a gestão de resíduos
Pelo dashboard da Vertown, é possível ver quantas toneladas cada indústria produz de resíduo, para onde ele é destinado e se tudo está sendo feito conforme a legislação. Hoje, a Vertown atende 100 empresas que, juntas, possuem mais de 2.000 unidades fabris. Mas quer crescer mais, e multiplicar por dez o faturamento em três anos.
Para isso, acaba de receber um aporte de 7 milhões de reais com os fundos de Corporate Venture Capital (CVC) Açolab Ventures, da indústria de aços , e Irani Ventures, da ‘No Brasil hoje, ainda mais de 40% dos resíduos são destinados de forma incorreta e a legislação, apesar de estar melhorando e ficando cada vez mais restritiva, ainda não é tão aplicada’, diz Arruda.
Destinação correta e rastreabilidade
‘Hoje o gerador é responsável pelo resíduo em todo o seu ciclo de vida, e a nossa tecnologia garante toda a rastreabilidade do processo, incluindo indicadores e gráficos para que as empresas consigam acompanhar e melhorar seu processo desde a geração até a destinação do resíduo’, destaca o CEO, Guilherme Arruda.Ele cita como exemplo uma indústria alimentícia que pagava para descartar em aterro parte de seus resíduos animais.
Resultados e investimento
Somente em 2023, a Vertown fez a gestão de mais de 6,7 milhões de toneladas de resíduos. O faturamento, porém, não é divulgado. Esse é o segundo aporte que a mineira Vertown recebe.
O primeiro foi no início da operação, por um investidor-anjo. Com os 7 milhões de reais de agora, a irá acelerar sua estratégia de crescimento e criar novos produtos para auxiliar na redução de emissões de CO2 e custos em todo o processo de gestão de resíduos.
Visão de futuro e auxílio na cadeia de valor
Também vão investir em marketing para ficarem mais conhecidos e numa máquina de vendas.
A meta é crescer 10 vezes em três anos.Para a Açolab Ventures, fundo da produtora de aço que liderou a rodada, o investimento na Vertown está alinhado com a ideia da criação do CVC, que é destinar recursos a startups com visões semelhantes de futuro do que as das ArcelorMittal, e com solução validada que, de alguma maneira, enriqueça a cadeia de valor do aço.
Investimento e parcerias
Até o momento, o Açolab Ventures, que é gerido pela Valetec Capital, investiu em outras quatro startups: ‘No total, mais de 1.400 startups e empresas pequenas já foram avaliadas’, diz Rodrigo Carazolli, gerente geral de inovação e Açolab da ArcelorMittal.
‘Ao todo, serão desembolsados, até 2025, mais de 100 milhões de reais e a meta da companhia é chegar em 10 a 15 startups e empresas investidas’.Já para a Irani, o aporte foi motivado pelos pilares de sustentabilidade e inovação.
Experiência e trajetória do empreendedor
Por trás da Vertown está o mineiro Guilherme Arruda. Formado na área de tecnologia, ele abriu a primeira startup em 2010, desenvolvendo livros infantis digitais.
‘Fazíamos livros interativos, e o negócio deu certo, conseguimos licença até de grandes personagens, como o Scooby Doo’, diz.
‘Nós gastávamos 30.000 dólares para fazer um livro e vendíamos por 5.000 reais, não conseguimos manter a operação’. O mosquito do empreendedorismo, porém, já tinha picado o empreendedor. Depois da empreitada com livros infantis, fez um aplicativo de contabilidade e outro para ajudar psicólogos a trabalharem com crianças.
Entre 2016 e 2017, conheceu uma consultoria na área ambiental que ajudava as empresas a ganharem a certificação ISO 14001, que atestava as boas práticas na gestão de resíduos. Foi quando teve a ideia de fazer essa plataforma para facilitar a vida das companhias. ‘Meu pai trabalha já trabalhava com resíduo há 30 anos’, diz.
‘Foi a ideia inicial e de lá para cá, escalamos o produto e demos novas funcionalidades’. Hoje é possível fazer toda rastreabilidade desse resíduo pelo dashboard da Vertown, garantindo que ele terá a destinação correta. No mundo das ideias, o plano da startup é deixar o ‘mundo sem nenhum lixo’. Com esse aporte de agora, dão mais um passo nesse caminho.
Fonte: © Exame.
Comentários sobre este artigo