Protesto contra reajuste nas tarifas de ônibus após governo cortar subsídios. Manifestação coincide com discurso presidencial no Congresso.
Na manhã desta sexta-feira (1), passageiros indignados com os constantes aumentos nos bilhetes de trem e de metrô promovidos pelo governo de Javier Milei decidiram protestar pulando as catracas das estações em Buenos Aires para não pagar passagem.
O presidente Milei tem enfrentado diversas críticas da população devido à sua política de reajustes abusivos nos transportes públicos. A atitude dos passageiros demonstra a insatisfação generalizada com as medidas adotadas pelo governo Milei, que vem impactando diretamente o bolso dos cidadãos. Em meio a esse cenário de descontentamento, a situação tende a se agravar se não houver uma resposta adequada por parte das autoridades.
Impacto dos reajustes no governo Milei
Os preços aumentaram devido à retirada dos subsídios nas tarifas de ônibus, trem e metrô, uma das medidas de ajuste fiscal implementadas no governo de Milei. O ministro da Economia, Luís Caputo, destacou que o estado vinha subsidiando artificialmente os preços baixos de energia e transporte público.
O ‘Molinetazo’ ou ‘catracaço’, convocado por estudantes de esquerda, coincidiu com o início do ano legislativo na Argentina e o discurso do presidente Milei no Congresso. Desde que assumiu o cargo, as revisões nas tarifas têm sido frequentes, causando impacto direto na população.
Desafios com subsídios e ajuste fiscal
O aumento progressivo das tarifas de ônibus e energia tem gerado protestos, com a intenção de chamar a atenção do presidente Milei para as dificuldades enfrentadas pelos cidadãos. A empresa Trens Argentinos advertiu que passageiros flagrados sem bilhete são obrigados a pagar multa, evidenciando a necessidade de garantir a sustentabilidade do sistema de transporte.
Os aumentos planejados até junho, conforme reportagem do jornal ‘Página 12’, refletem a busca por um equilíbrio financeiro, mas também levantam questões sobre a acessibilidade aos serviços públicos. Com o salário mínimo em fevereiro estabelecido em 180 mil pesos, o impacto dos reajustes nas despesas cotidianas da população é significativo.
Descontentamento entre estudantes e trabalhadores
Os estudantes de esquerda enfatizam a importância de garantir que os aumentos tarifários não impeçam o acesso à educação e ao trabalho. A mensagem enviada ao presidente Milei durante os protestos destaca a preocupação com a crescente dificuldade de deslocamento das pessoas de baixa renda.
A variação nos valores das passagens de metrô e trens, com altas expressivas em curtos períodos de tempo, gera desafios para a mobilidade urbana. O debate em torno da sustentabilidade financeira do sistema de transporte público é essencial para garantir a qualidade de vida da população e a eficiência dos serviços oferecidos.
Fonte: © G1 – Globo Mundo