Advogado do homem negro de 32 anos amarrado por policiais militares na zona sul busca indenização de R$ 1 milhão por danos morais.
Via @folhadespaulo | Um homem negro de 32 anos foi amarrado por policiais militares após furtar chocolates de um mercado na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo, em junho de 2023, e agora sua defesa buscou na Justiça uma indenização por danos morais no valor de R$ 1 milhão.
O pedido de indenização por parte da defesa do homem negro foi endereçado à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) em busca de reparação pelos danos causados pela ação dos policiais, buscando assim um ressarcimento justo para a situação enfrentada pelo cliente.
Procurada, a assessoria da PGE não foi notificada sobre indenização solicitada
De acordo com o advogado José Luiz de Oliveira Júnior, o pedido de indenização de R$ 1 milhão baseia-se na acusação de tortura pública contra o homem na zona sul de São Paulo. A ação foi registrada em boletim de ocorrência e o advogado afirmou que o homem teve sua dignidade aviltada, sofrendo danos morais que exigem reparação proporcional à exposição pública que enfrentou.
O advogado complementou que a indenização é justificada pelo fato de que o homem foi exposto às redes sociais e ao mundo ao ser torturado, após ter sua liberdade concedida por um desembargador, que reviu a prisão homologada realizada após uma audiência de custódia. O torturado foi visto sendo forçado a andar com as mãos e pés amarrados por policiais militares, conforme um vídeo gravado por uma testemunha.
‘É necessário que a recompensa seja exemplar para ensinar aos policiais militares que torturar publicamente um suspeito é inaceitável’, disse o advogado.
Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), o incidente começou após um furto, sendo o homem de 32 anos preso com um adolescente de 15 anos e outro homem de 38, de acordo com um boletim de ocorrência oficial. Os policiais alegaram que o suspeito resistiu à prisão, mesmo após confessar o crime de furto, e que foi necessário utilizarem uma corda para controlá-lo.
Repercussão e Reação, Policiais Militares Justificam Uso de Toruras
Reconhecendo que o homem já havia sido detido por uso de drogas, o advogado enfatizou que isso não dá a polícia o direito de torturar o suspeito. A PGE declarou que só irá se pronunciar sobre a solicitação de indenização após ser notificada.
O próprio advogado especificou que o pedido de indenização é motivado pela tortura pública imposta pelos policiais militares ao homem de 32 anos, enfatizando que este teria sido exposto injustamente após a repercussão do vídeo. Ele argumentou que o valor de R$ 1 milhão é justificado pelas violações sofridas e pela rigidez do castigo que a polícia impôs injustamente.
Os envolvidos no caso foram levados para a delegacia, onde o menor foi encaminhado para a Fundação Casa e os demais ficaram presos por algum tempo antes do desembargador conceder a liberdade ao torturado. Este incidente está sob investigação da procuradoria-geral do estado, aguardando uma manifestação oficial sobre o processo.
Paulo Eduardo Dias
Fonte: @folhadespaulo
Fonte: © Direto News
Comentários sobre este artigo