Espécie de bagre (Trichomycterus jacupiranga) com colorido diferenciado encontrada em corpos d’água do Rio, São Paulo e Paraná.
Um grupo de cientistas do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) fez uma descoberta inédita nos rios e cachoeiras do Parque Nacional da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro. Eles avistaram, pela primeira vez, um raro exemplar de bagre dourado nas águas cristalinas da região.
O peixe bagre dourado é conhecido por sua coloração brilhante e é considerado uma espécie em extinção. A presença desses animais nos rios do Parque Nacional da Tijuca revela a importância da preservação desses ecossistemas naturais. O registro desses exemplares de bagre dourado é um marco significativo para a comunidade científica que estuda a biodiversidade aquática.
Bagre Dourado: A Descoberta Científica
A descoberta da existência do bagre dourado foi publicada no ano passado na revista neozelandesa Zootaxa, referência mundial em zoologia, pelos pesquisadores Paulo Vilardo, Axel Katz e Wilson Costa. Segundo Axel Katz, há vários anos, a equipe do Laboratório de Sistemática e Evolução de Peixes, Biologia da Universidade Federal vem pesquisando esses peixes do litoral e perceberam que os peixes de São Paulo apresentavam DNA muito parecido com as espécies do Rio, embora o colorido fosse um pouco diferente.
Eles focaram então em um peixe específico que apresentava um colorido mais diferenciado. Paulo Vilardo complementou que foram realizados diversos trabalhos de campo na Floresta da Tijuca. ‘Em sua maioria, os exemplares encontrados eram de um padrão malhado, ou selado, com as faixas pretas transversais no corpo. É um padrão desse tipo que se encontra em várias bacias costeiras do Rio de Janeiro, São Paulo e do Paraná.’
O bagre dourado de água doce ocorre em todas as áreas dos três estados, com a maior distribuição que se tem. Além disso, foi constatado que o padrão malhado também é da mesma espécie do dourado. Até hoje, há registros de apenas sete ou oito indivíduos do bagre dourado nas três localidades do país. ‘É muito raro ser registrada essa cor nesse bicho.’
As condições da Floresta da Tijuca são muito boas, e a conservação dos rios é muito positiva. ‘Esses peixes de padrão raro de coloração, tanto daqui como de São Paulo, foram encontrados em áreas de reserva ecológica. Uma questão interessante é ver que, em um local muito preservado, foi possível encontrar esse padrão mais raro’ – reforçou Vilardo.
O Trichomycterus jacupiranga é uma espécie de bagre, peixe popular de água doce, que ocorre em diversos lugares da América do Sul. A descoberta reforça a importância da preservação dos corpos de água doce do Rio de Janeiro. Até então, tais exemplares só haviam sido registrados na região do Rio Ribeira do Iguapé, na divisa entre São Paulo e Paraná.
Além de dar continuidade à pesquisa sobre bagres dourados, o foco agora será outros grupos de peixes, visando encontrar novas espécies raras na Floresta da Tijuca. Uma descoberta desse tipo só fortalece os esforços de ações para a conservação do Parque Nacional da Tijuca, afirmou a chefe da unidade, Viviane Lasmar.
Cada vez que temos resultado de pesquisa que demonstra o quanto o parque tem elementos e questões relevantes para a conservação, isso faz com que tenhamos um olhar mais cuidadoso para a questão da biodiversidade. Este conteúdo foi criado originalmente em Agência Brasil. Versão original
Fonte: © CNN Brasil
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