Subiu para 39 o número de pessoas mortas por policiais militares na Baixada Santista, em supostos confrontos desde 2 de fevereiro.
O número de mortes causadas por policiais militares na Baixada Santista, litoral do estado de São Paulo, chegou a 39. As ocorrências foram registradas em supostos confrontos com a polícia a partir do dia 2 de fevereiro, quando o policial militar Samuel Wesley Cosmo foi morto em Santos, durante patrulhamento.
Além das mortes provocadas pelas ações da polícia, os falecimentos resultaram em grande comoção na região. As famílias das vítimas clamam por justiça diante dos óbitos ocorridos nessas circunstâncias.
Secretaria de Segurança Pública (SSP) e novas mortes
Na época, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgou que tanto a polícia Civil quanto a Militar estavam empenhadas em localizar e deter os responsáveis pelo crime. Na semana de quarta-feira (28), um jovem foi baleado pela polícia em uma área de manguezal no Jardim Rio Branco, em São Vicente. Segundo informações da SSP, houve um confronto entre suspeitos e agentes de segurança.
O jovem foi internado no Pronto Socorro Vicentino e faleceu na quinta-feira (29), elevando o total de óbitos para 39 desde fevereiro.
De acordo com o Levantamento do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), o número de pessoas mortas em decorrência de confrontos policiais nos dois primeiros meses deste ano na Baixada Santista chega a 52. No mesmo período do ano passado, ocorreram dez falecimentos.
A secretaria afirmou que ‘todos os casos de mortes em confronto são rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e Poder Judiciário’. No próximo domingo (3), uma comitiva visitará a região para coletar depoimentos sobre as ações da Polícia Militar.
A comitiva conta com a presença de Claudio Silva, ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo; Luzia Paula Moraes Cantal, Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MNDHC); Paulo Vannuchi, ex-ministro de Direitos Humanos e membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos; deputada estadual Mônica Seixas e representantes de outras entidades.
A entrada em vigor da Operação Escudo foi realizada pelo estado de São Paulo na Baixada Santista após a morte do soldado Patrick Bastos Reis, membro da equipe das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), que foi baleado e morto em Guarujá, em 27 de julho do ano passado. Atualmente, a SSP denomina a ação na Baixada Santista de Operação Verão, ambas em uma tentativa de combater o crime organizado na região.
Em fevereiro, os moradores de bairros da periferia da Baixada Santista já tinham denunciado a prática de execuções, torturas e abordagens violentas por policiais militares contra a população local e egressos do sistema prisional. As denúncias na ocasião foram feitas por uma comitiva composta pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo, Defensoria Pública e parlamentares, incluindo os deputados estaduais Eduardo Suplicy (PT) e Mônica Seixas (PSOL).
Fonte: © TNH1