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Contrato WTI subiu 2,4% para US$ 80,33/barl. Brent avançou 1,97% para US$ 84,25/barl. Políticas de cortes, oferta persistente, estoque acumulação, estagnação de demanda, risco aparente, queda de preços durante verão. Volátil, cumprimento metas nos meses de verão.
O preço do petróleo registrou uma valorização significativa no pregão de hoje, com o WTI atingindo a marca de US$ 80, o que não era visto desde o final de abril. O contrato do WTI com vencimento em julho fechou com um aumento de 2,40%, alcançando US$ 80,33 por barril. Enquanto isso, o petróleo Brent, referência internacional, também apresentou uma alta de 1,97%, chegando a US$ 84,25 por barril.
Os preços de petróleo elevados têm impacto direto nos mercados globais, refletindo a demanda crescente por energia. A expectativa é que a tendência de valorização do petróleo se mantenha, influenciando diversos setores da economia mundial.
Impacto dos Cortes de Oferta da Opep+ nos Preços do Petróleo
Após o recente anúncio sobre a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de encerrar gradualmente suas políticas de cortes de oferta a partir de outubro, houve uma queda nos preços do petróleo, levando a commodity aos menores patamares desde fevereiro. No entanto, o mercado tem testemunhado uma recuperação nos preços, impulsionada pela perspectiva de uma produção modesta do grupo, que pode manter a estabilidade no curto prazo.
A última projeção divulgada pela Opep+ e a perspectiva inalterada de crescimento da demanda indicam uma possível estagnação no crescimento da oferta de petróleo até 2024, com um potencial risco de queda em 2025. Essa desconexão entre as previsões da Opep+ e outras agências tem gerado incertezas no mercado.
Patricio Valdivieso, vice-presidente da empresa de energia Rystad, destaca que, apesar das preocupações, é desafiador manter um cenário pessimista diante da aparente desaceleração no crescimento da oferta global de petróleo.
Os analistas do Bank of America (BofA) observam que o mercado tem mostrado uma tendência favorável a preços mais elevados do petróleo no terceiro trimestre deste ano. No entanto, ainda não está claro se os fundamentos serão suficientemente robustos para transformar o mercado de um grande excedente para um déficit que possa impulsionar os preços.
Nesse contexto, os cortes de produção da OPEP+ podem desempenhar um papel crucial, especialmente se houver um alto nível de cumprimento e se países como Rússia, Iraque e Cazaquistão compensarem eventuais descumprimentos das metas durante os meses de verão. Além disso, a demanda tende a aumentar no terceiro trimestre, podendo ser impulsionada por uma retomada na produção ou por estímulos econômicos, como os da China.
No entanto, existem riscos no horizonte. A volatilidade do mercado pode aumentar com a divulgação de notícias inesperadas que impactem os preços do petróleo. Por outro lado, se a acumulação de estoques persistir, é provável que os preços permaneçam sob pressão, criando um cenário desafiador para os participantes do mercado.
Fonte: @ Valor Invest Globo