CEO da Verde Asset Management comentou sobre eleições nos EUA, cenários econômicos e mercado financeiro global.
Os juros são um dos principais temas de discussão dentro do mercado financeiro em 2024. A volatilidade econômica e as mudanças nas taxas de juros têm impacto direto nos investimentos e na economia como um todo, gerando preocupações e incertezas nos investidores.
A relação entre juros e inflação é complexa, e a forma como a política monetária é conduzida pode influenciar diretamente o comportamento dos juros e da inflação. Por isso, é importante estar atento às notícias sobre a política monetária e suas possíveis mudanças, pois elas podem afetar significativamente o mercado financeiro.
CEO Conference 2024: Enfoque na Postura Conservadora dos Bancos Centrais
Na avaliação de Luis Stuhlberger, CEO da Verde Asset Management, os bancos centrais estão seguindo uma postura conservadora e demorando para reduzir as taxas de juros. Stuhlberger explica que o receio ocorre por conta da ‘desmoralização’ que as instituições sofreram durante a pandemia, quando houve uma ‘demora’ para que o ciclo de alta das taxas fosse iniciado.
Análise no CEO Conference 2024 sobre os Cenários Econômicos de Inflação e Política Monetária
A avaliação foi feita nesta terça-feira (6) durante sua participação no CEO Conference 2024, evento do BTG Pactual em São Paulo. A conferência reúne investidores, autoridades e gestores para discutir os cenários e perspectivas econômicas. Quem corroborou a análise do chefe da Verde foi o sócio-fundador da SPX Capital, Rogério Xavier. ‘Os BCs estão conservadores, erraram barbaramente na ida e não querem errar na volta. Mas estão claramente fora da curva’, disse Xavier. Em sua avaliação, as economias estão com receio de uma possível inflação gerada pelo mercado de trabalho aquecido, uma vez que em países como é o caso dos Estados Unidos, o setor segue aquecido, ainda que a inflação esteja em uma trajetória benigna.
Desafios no Mercado de Trabalho e a China no Cenário de Inflação Global
Outro foco presente no painel Top Gestoras do Mercado foi o cenário de inflação global. Na avaliação dos gestores, o processo para atingir a desinflação está na reta final. ‘Esperávamos que o ‘last mile’ fosse muito mais difícil do que foi’, disse Stuhlberger, que observa um cenário positivo no longo prazo ‘com os EUA voltando ao cenário observado entre 2010 a 2020 de emprego robusto e inflação controlada’. Rogério Xavier pontuou sobre o processo de desinflação de bens. A avaliação é de que o excesso de exportações da China contribui para a pressão nos preços do segmento.
No entanto, o economista alerta para os efeitos negativos e entende que a China passa por um período de ‘esgotamento do modelo econômico’. ‘Estão exportando um excedente para o mundo inteiro, isso derruba o preço dos bens. Para nós (Ocidente) é o paraíso, mas para a China está se endividando cada vez mais e sem retorno’, explicou. Os gestores também observam com cautela a relação de ambos os países caso confirmada uma eventual vitória do ex-presidente Donald Trump nas eleições de novembro. O receio se dá pela possibilidade de Trump elevar as tarifas de importação de produtos chineses, desencadeando impactos significativos na economia asiática. ‘O problema caso o Trump ganhe é a decisão de subir as tarifas de importação, isso deixaria a China sem ter o que tem de melhor hoje, a economia. Esse é o um desafio’, comentou o gestor da Verde.
Fonte: © CNN Brasil
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