A vacinação nacional mosquirix reduziu mortes relacionadas à malária em 13% em crianças, comprovada em ensaios clínicos pela GSK e recomendada pela OMS.
Em uma iniciativa pioneira, os Camarões alcançaram um marco histórico ao serem os primeiros a implementar uma campanha nacional de vacinação contra a malária, incluindo a vacina RTS,S/A01 (conhecida como Mosquirix) nos serviços de imunização.
A malária é uma grave doença transmitida por mosquitos infectados e representa um grande desafio de saúde pública em diversas regiões tropicais e subtropicais do mundo. A vacinação em massa contra a malária é um passo crucial na luta para conter a propagação da malaria e reduzir sua carga sobre as populações mais vulneráveis.
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Vacinação Nacional nos Camarões
A vacinação está sendo realizada nos bebês com seis meses de idade como parte de uma campanha que teve início em 22 de janeiro. Esta iniciativa marca o primeiro lançamento oficial da vacina Mosquirix fora dos ensaios clínicos, os quais demonstraram uma redução de 13% na mortalidade por todas as causas, incluindo as mortes relacionadas com a malária, entre crianças elegíveis para receber a imunização. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), outros nove países da África têm planos para lançar a imunização ainda este ano.
Dados do CDC África e Campanha Transformadora
De acordo com os Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África), 90% dos casos de malária e 91% das mortes pela doença ocorreram no continente africano em 2016. Em uma coletiva de imprensa, Mohammed Abdulaziz, chefe do CDC África, afirmou que o início da campanha representa ‘um capítulo transformador na história da saúde pública africana’. ‘Há muito tempo esperávamos por um dia como este. [A vacinação] Traz mais do que apenas esperança. Traz uma redução na mortalidade e morbidade associada à malária’, disse. Camarões recebeu cerca de 330 mil doses para sua campanha nacional em dezembro de 2023 e espera receber mais doses ainda este ano.
Conclusões sobre a Vacina Mosquirix
A vacina Mosquirix foi desenvolvida pela farmacêutica GSK pela primeira vez em 1987 e, desde então, tem sido extensivamente estudada. Em 2021, a OMS recomendou a vacina para a prevenção da malária em crianças, tornando-a o primeiro imunizante contra a doença a receber recomendação da entidade de saúde. Uma outra vacina para malária, a R21/Matrix-M, desenvolvida pela Universidade de Oxford, também recebeu o aval posteriormente, em 2023. A vacina Mosquirix é baseada em proteína recombinante que tem como alvo o protozoário Plasmodium falciparum antes que ele infecte os glóbulos vermelhos.
Resultados dos Estudos e Desenvolvimento de Imunizante Nacional para a Malária
Estudos realizados em três países africanos em 2019 mostraram que um esquema de quatro doses para crianças com cerca de 5 meses de idade levou a uma queda de 13% na mortalidade por todas as causas e uma redução de 50% nas formas graves e hospitalizações. No entanto, ambas as vacinas recomendadas pela OMS não devem ser úteis para o Brasil, pois foram desenvolvidas para combater a ação do Plasmodium falciparum, responsável por mais de 90% dos casos de malária pelo mundo. No Brasil, a maior parte das infecções (84,2%) são decorrentes do Plasmodium vivax. No entanto, grupos já estão realizando estudos para desenvolver um imunizante nacional para a malária.
Fonte: © CNN Brasil
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