© 2023: Selic, rentabilidade pós-fixada, taxa de juros, debênture incentivada, investimento em renda fixa, títulos do Tesouro Direto, IPCA, renda variável, transporte e logística.
De acordo com informações do Banco Central, a redução da Selic impacta diretamente a rentabilidade dos investimentos em renda fixa pós-fixada. Com a nova taxa, os rendimentos dessas aplicações tendem a ser menores, o que pode direcionar os investidores para outras modalidades de investimentos.
Os aportes em renda fixa pós-fixada podem não ser tão atrativos após a redução da Selic. Dessa forma, os investidores podem buscar outras opções de investimentos para obter uma maior rentabilidade em seus investimentos. A diversificação das aplicações financeiras pode ser uma alternativa para otimizar os rendimentos.
Investimentos em renda fixa ainda são atrativos
Entre as aplicações financeiras mais populares estão os tradicionais CDBs (Certificado de Depósito Bancário) e as LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e Agrícola, respectivamente). No entanto, alguns analistas apontam que a maioria dos produtos de renda fixa segue atrativa, dado o patamar ainda alto da Selic e a inflação sob controle.
Projeções para a taxa de juros
Com o juro de dois dígitos e o IPCA estimado em 3,81% para 2024, o Brasil segue com um dos maiores juros reais do mundo. Segundo Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, considerando os cortes previstos para a Selic ainda este ano, levando-a a 9% até dezembro, o juro real nos próximos 12 meses deve ser de 5,95%, sendo vice-campeão global, atrás apenas do México, com 6,49%.
Visão do planejador financeiro
Rafael Haddad, planejador financeiro do C6 Bank, espera um juro real ainda maior, de 6,21%. Segundo seus cálculos, os investimentos de renda fixa mais rentáveis devem ser os isentos de Imposto de Renda que se aproximem de 100% do CDI. Ele projeta que uma debênture incentivada a 96% do CDI, por exemplo, renderá 5,49% em termos reais, ou seja, descontando a inflação.
Perspectivas para investimentos estrangeiros
Segundo Alejo Czerwonko, diretor de estratégia de investimento para mercados emergentes nas Américas do UBS, mesmo com novos cortes, a taxa de juros brasileira continua a níveis muito atrativos, especialmente quando comparada com a americana, atualmente na faixa de 5,25% a 5,50%. Investidores estrangeiros aproveitam os juros altos no Brasil pegando dinheiro emprestado nos EUA e o investindo no Brasil, ganhando com a diferença de juros entre a rentabilidade no Brasil e o custo americano, em uma operação chamada de carry trade.
Impacto no fluxo de dólares e taxa de câmbio
Essa operação traz um grande fluxo de dólares para o país, o que mantém o câmbio sob controle. Segundo os especialistas, o dólar pode chegar a R$ 5 este ano. A taxa real de juros esperada para 2024 se reflete na rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto. Os prefixados pagam 9,64% ao ano, no caso do título com vencimento em 2026, e 10,32% anuais no para 2029.
Títulos do Tesouro Direto e análise de especialistas
Já as NTN-Bs, que são os títulos do Tesouro atrelados ao IPCA, estão com juros na faixa de 5,50%. Nesta quarta-feira, o título com o vencimento em 2029 era negociado com uma rentabilidade de IPCA + 5,49%. Já o para 2045 estava em IPCA + 5,72%. Segundo Caio Schettino, diretor de alocações da Criteria, os investidores conservadores devem evitar títulos com prazos de vencimento muito longos. Outra dica do especialista para conservar a rentabilidade da carteira é o investimento em instrumentos isentos de Imposto de Renda, como LCI, LCA, CRI, CRA (Certificados de Recebíveis imobiliários e do Agronegócio) e debêntures incentivadas.
Diversificação de investimentos para investidor conservador
Com relação às debêntures, ele recomenda que o investidor conservador se atenha às de companhias de transmissão de energia. ‘São operações consolidadas e previsíveis que geram muito caixa, mantendo baixos níveis de endividamento’, afirma Schettino. Já os de perfil mais arriscados podem adicionar debêntures de saneamento e agronegócio na carteira, diz ele.
Análise do mercado de renda variável
Apesar de o mercado de renda variável se beneficiar da queda de juros, a Selic ainda segue em patamares muito elevados, o que encarece a dívida de companhias e segura os investidores na renda fixa. Czerwonk, do UBS, vê espaço para que esse mercado se destrave ainda este ano e destaca que, no geral, os ativos brasileiros estão descontados em relação aos pares e ao próprio histórico brasileiro.
Estratégias para investidores mais arrojados
Para investidores mais arrojados, Schettin, da Criteria, recomenda o investimento, desde já, em ações dos setores de transporte e logística, construção civil e do varejo alta renda.
Fonte: © Jornal De Brasília
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