Brasil abriu 1,48 mi vagas em 2021; em dezembro, Caged registrou fechamento de 430,2 mi postos formais.
O mais recente relatório do Caged trouxe algumas notícias positivas sobre o cenário de emprego no Brasil. De acordo com analistas da CNN, houve uma redução do desemprego, mas o mês de dezembro apresentou resultados decepcionantes. A expectativa é de desaceleração na abertura de novos postos de trabalho nos próximos meses, mesmo com o país tendo aberto 1,48 milhão de vagas de emprego ao longo do ano.
O desempenho do mercado de trabalhadores impressionou no último ano, com a abertura de 1,48 milhão de vagas de emprego no Brasil. No entanto, o mês de dezembro foi considerado decepcionante pelos analistas da CNN e a tendência é de desaceleração na criação de novos postos de trabalho nos próximos meses. A expectativa é de que a recuperação do emprego seja mais lenta do que o previsto inicialmente, de acordo com os especialistas consultados.
Recuo do desemprego e recorde de demissões a pedido do trabalhador
No mês de dezembro, o Caged revelou um fechamento líquido de 430,2 mil postos formais, o que é motivo de preocupação, sobretudo considerando que é um período em que, tradicionalmente, observa-se um aumento da quantidade de empregos. A percepção é de que a economia está mais aquecida neste final de ano. A declaração é do economista-chefe da Valor Investimentos, Piter Carvalho.
A leitura do economista da LCA Consultores, Bruno Imaizumi, é de que o recuo no mês de dezembro, contudo, é algo corriqueiro.
Logo, Imaizumi sugere que, em 2024, há tendência de desaceleração na abertura de postos de trabalhos, alinhada à evolução da atividade econômica. ‘Para 2024, a LCA estima variação real do PIB de 1,5% e saldo líquido positivo de 1 milhão de vagas’, detalha. Outro ponto de destaque conforme Carvalho é o salário médio, que continua em patamares baixos, mesmo com a queda do desemprego. ‘Isso pode explicar por que boa parcela da população ainda permanece endividada’, ressalta. O salário médio real de admissão (R$ 2.026) em dezembro sofreu decréscimo de 0,3% em relação a novembro.
Abordando essa questão, Imaizumi indica — baseado em dados do Ministério do Trabalho — que a maioria dos reajustes salariais de acordos e negociações coletivas, desde 2022, tem ocorrido acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses em dezembro. Em sua análise, o economista da LCA enfatiza o aumento em desligamentos a pedido do trabalhador.
Contrastes nas taxas de desemprego e emprego
No mês de dezembro de 2023, houve o registro de 580.638 desligamentos a pedido na esfera do trabalho, um volume 11,6% superior ao período correspondente de 2022. Proporcionalmente à totalidade de desligamentos, o número de desligamentos a pedido do trabalhador alcançou a marca recorde. ‘A crise gerada pela Covid-19 alterou a forma como as pessoas interagem com o emprego, em particular as mais jovens, que demonstram a intenção de equilibrar remuneração e qualidade de vida’, avalia. ‘Além disso, durante os piores momentos da pandemia, muitos aceitaram postos de trabalho com menor remuneração, e ainda há um resquício da normalização: trabalhadores se desligam dos empregos ‘provisórios’ para serem admitidos em outras posições mais condizentes com suas qualificações’, sugere.
Fonte: © CNN Brasil
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