Pesquisa revela risco 3 vezes maior de derrame no 1º ano após o evento. Fatores de risco incluem pressão alta, tabagismo e diabetes.
Novas pesquisas indicam que as probabilidades de desenvolver demência aumentam drasticamente após um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Segundo o estudo, o risco pode ser até 80% maior, principalmente nos primeiros 12 meses após o acidente vascular cerebral.
O AVC, também conhecido como acidente vascular cerebral, é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de demência. Além disso, as chances de desenvolver demência podem aumentar consideravelmente, chegando a triplicar no primeiro ano após o derrame. Isso reforça a importância de medidas preventivas para reduzir o risco de AVC, bem como a necessidade de cuidados e acompanhamento após o episódio, visando minimizar o impacto na saúde cognitiva.
Estudo apresentado na Conferência Internacional da Associação Americana de AVC
Os resultados da pesquisa serão apresentados na Conferência Internacional da Associação Americana de AVC de 2024, que acontece nos dias 7 a 9 de fevereiro em Phoenix, Arizona, nos Estados Unidos.
AVC: uma lesão cerebral com riscos associados
O AVC é uma lesão cerebral caracterizada pelo entupimento ou rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro. Esta condição está associada a fatores de risco como pressão alta, tabagismo, diabetes, colesterol, sedentarismo, obesidade e doenças cardíacas.
Sequelas do AVC e relação com demência vascular
Além disso, o AVC pode causar sequelas como dificuldade de movimentos de um lado do corpo, dificuldade de fala ou de expressão, déficit de memória, alterações comportamentais, aumentando o risco de depressão. No caso da demência, a relação com o AVC pode ocorrer pelo fato de, durante um derrame, o fluxo de oxigênio para o cérebro ser interrompido, causando a morte de células cerebrais, e aumentando o risco de desenvolvimento de Alzheimer e outros tipos de demência, como a demência vascular.
Ligação direta entre AVC e demência
O comprometimento cognitivo é muito comum após um acidente vascular cerebral e pode levar à demência, o que diminui a qualidade de vida e a expectativa de vida. É importante mostrar uma ligação direta entre o AVC e a demência, e investigar o momento da demência após o AVC, para informar a investigação, o planeamento e a realização de intervenções’, afirma Raed Joundi, principal autor do estudo e professor assistente da Universidade McMaster em Hamilton, Ontário, no Canadá, ao Medical News Today.
Resultados do estudo e risco de desenvolvimento de demência
Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram dados de mais de 15 milhões de pessoas em Ontário, no Canadá, por meio de bancos de dados médicos. Cerca de 181 mil tiveram um AVC isquêmico ou um AVC hemorrágico e sobreviveram sem demência por, pelo menos, 90 dias. O restante dos participantes foi dividido em dois grupos de controle: um de pessoas que não tiveram AVC ou ataque cardíaco e outro com pessoas que tiveram ataque cardíaco, mas não um derrame.
Risco de demência após AVC
Os cientistas descobriram que o risco de demência era 80% maior em pessoas que tiveram um AVC, quando comparado com o grupo de controle sem ataque cardíaco ou derrame. A mesma taxa de risco foi encontrada em pessoas que tiveram AVC em comparação com aqueles que tiveram ataque cardíaco, mas não tiveram um derrame. A pesquisa descobriu também que o risco de desenvolver demência é três vezes maior no primeiro ano após um acidente vascular cerebral. No entanto, o risco diminui após cinco anos, mais, ainda assim, é 1,5 vezes maior em comparação com quem não teve o derrame e, segundo a pesquisa, permaneceu elevado 20 anos depois.
Fonte: © CNN Brasil
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