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Bloqueado movimento de ações afeta setores: dólar, preços de carne, chineses, demanda, governo, proteína animal, importações. Premiums de produção interna, política chinesa, elemento dólar.
Hoje, os investidores observam com atenção as oscilações do mercado, com os papéis dos frigoríficos apresentando desvalorização. No momento, as ações da Marfrig estão em queda de 4,28%, sendo negociadas a R$ 12,30, enquanto a JBS registra um recuo de 4,15%, cotada a R$ 31,44. Já a BRF apresenta uma queda de 3,39%, com suas ações sendo negociadas a R$ 22,81. Essas variações estão entre as mais expressivas do Ibovespa atualmente. Por outro lado, a Minerva também não escapa das oscilações, com uma desvalorização de 0,58%, sendo negociada a R$ 6,81.
A situação atual do mercado de frigoríficos reflete a volatilidade que permeia o setor de indústria de carne. As empresas do ramo enfrentam desafios constantes, influenciados por diversos fatores econômicos e de mercado. É essencial que as empresas de carne estejam preparadas para lidar com essas flutuações e se adaptar rapidamente às mudanças do cenário financeiro. A busca por estratégias sólidas e uma gestão eficiente são fundamentais para a sustentabilidade e crescimento no competitivo mercado de frigoríficos.
Impactos Setoriais e Movimento de Ações em Bloco nos Frigoríficos
Um movimento de ações em bloco indica, na maioria das vezes, impactos setoriais. Mas o que aconteceu que ameaça as empresas de carne? Na ponta da língua: o dólar recua hoje após ter encostado ontem no maior nível em 18 meses. No entanto, este não é o único fator que pressiona os frigoríficos hoje. De fato, não é o único fator que levou ao movimento de venda mais forte desses papéis.
A notícia de que os preços de carne premium despencaram na China, enquanto a demanda por lá vacila, traz um alerta ao setor: as vendas podem não alcançar as estimativas para o ano. As três empresas com maiores quedas, nomeadamente JBS, Marfrig e BRF, são grandes exportadoras de proteína para o mercado chinês, enquanto Minerva tem os países da América do Sul como principal mercado.
Assim, a perspectiva de pressão baixista afeta mais os três primeiros frigoríficos. É uma lógica muito simples: menos demanda por consumo na China arrasta os preços do mercado para baixo, o que significa menos receitas para essas indústrias. Cabe lembrar que os valores de ativos sempre embutem algum cenário que o mercado tem para aquela companhia. Neste caso, com uma probabilidade crescente de menos vendas, as perspectivas são menos otimistas do que antes, então os papéis ‘apanham’.
O governo chinês criou uma política que pressionou pecuaristas a aumentarem a produção interna de proteína animal e, ao mesmo tempo, aumentou as importações. No entanto, não esperava pela fraqueza do consumo com a desaceleração da economia, o que está fazendo com que as carnes se acumulem nos congeladores. Assim, os preços da carne na China caíram para o menor nível nos últimos cinco anos. Neste contexto, entra o elemento do dólar. A moeda disparou recentemente, mas hoje passa por um reajuste baixista.
E embora o câmbio ainda siga bastante valorizado, a perspectiva de que o governo brasileiro corrija a postura e até anuncie alguma intervenção para frear o enfraquecimento do real impacta empresas que têm boa parte das receitas associadas à exportação e às vendas nos mercados externos, caso da JBS, por exemplo.
Fonte: @ Valor Invest Globo