© 2023. Realidade persiste. Advogada escreve ensaio sobre mulheres negras na pandemia de Covid e inteligência artificial.
Em meio a um contexto de luta e resistência, as mulheres têm se destacado cada vez mais. Vilma Piedade, uma das vozes ativas desse movimento, tem sido uma inspiração para muitas outras mulheres, que encontram na sororidade uma forma de se unirem e se apoiarem. Sua contribuição como organizadora do livro ‘Nós… Mulheres do Século Passado’ evidencia a importância de dar voz e visibilidade às experiências das mulheres ao longo da história.
A sororidade é um aspecto fundamental no empoderamento feminino. As garotas que têm o privilégio de serem educadas neste espírito de união têm mais chances de se tornarem mulheres seguras e empáticas. Através da sua atuação, Vilma Piedade busca promover a reflexão sobre a importância da dororirdade e a força que as damas podem encontrar na união e na empatia mútua.
‘NÓS… Mulheres do Século Passado’ e a Vontade de Unir
É da vontade de unir, ou aquilombar, nas palavras dela, que nasce ‘Nós… Mulheres do Século Passado’, lançado no fim do ano passado. Sem rigor acadêmico, Piedade convidou, junto às outras organizadoras Andréa Pacha e Cristina Gaulia, 76 mulheres das mais diversas origens para escrever textos livres. Valia poesia, prosa, ensaio, o que viesse à mente.
O livro traz ensaios sobre feminismos –no plural– feitos por essas mulheres de 32 a 84 anos, que são cozinheiras, artistas, estudiosas, filósofas e até ministras. São as chamadas mulheres do século passado, ou seja, nascidas no século 20.
‘Nascemos no século passado, mas nossos problemas, com ou sem solução, acontecem no cotidiano presente, neste século que estamos atravessando, e não poderia ser diferente’, diz Piedade. Ela cita Elza Soares ao dizer ‘eu sou now, meu tempo é o agora’. De fato, os problemas levantados no livro são atualíssimos. A realidade persiste, mesmo com o avanço feminino.
Ensaio Sobre a Pandemia de Covid e as Mulheres Negras
É o caso do ensaio de Elisabeth Baraúna, advogada e integrante da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, que escreve sobre os impactos da pandemia de Covid nas mulheres negras. O livro foi concebido nesse contexto. ‘Tive essa ideia a partir da pandemia. Onde tudo se tornou virtual, inclusive nossos contatos, trabalho, tempo’, diz Piedade.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE O texto de Carla Menezes, escrito em primeira pessoa, sobre ser uma mãe solo também é atual em seu diálogo com uma realidade que persiste.
O livro traz, ainda, nomes de grife como Zélia Duncan, Maria Elizabeth Rocha –primeira mulher ministra do Superior Tribunal Militar– e Sueli Carneiro. Os temas são variados. Muita experiência pessoal entra nas narrativas, e vivências de gênero se misturam às de raça e de sexualidade. São tratados temas como envelhecimento, trabalho, reprodução.
Ensaio Sobre a Inteligência Artificial e as Reflexões Femininas
Mas cabem reflexões bem-humoradas sobre o amor, caso do texto de Pamela Castro sobre um relacionamento com uma inteligência artificial. ‘Aprendemos com quem veio antes, aprendemos com quem veio depois e aprendemos com a juventude, nossa continuidade’, diz Piedade.
NÓS… MULHERES DO SÉCULO PASSADO
Preço: R$ 65 (216 págs.)
Editora: Máquina de Livros
Organização: Vilma Piedade, Andréa Pachá, Cristina Gaulia CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fonte: © Jornal De Brasília
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