Mercado imobiliário dos EUA em crise; avaliado em US$ 20 trilhões; empréstimos inadimplentes; propriedades comerciais.
A crise bancária está mais uma vez assolando os mercados financeiros, trazendo preocupações sobre a estabilidade econômica. A instabilidade no setor bancário tem levado investidores a temer um colapso financeiro que poderia ter repercussões globais.
Com o recrudescimento da crise do setor bancário, medidas emergenciais estão sendo discutidas para evitar um colapso financeiro iminente. A situação é delicada e requer ação rápida para conter os impactos negativos. A crise bancária exige respostas ágeis e eficazes para evitar consequências desastrosas.
A crise bancária continua preocupando investidores
Já se passou quase um ano desde que o colapso de três credores regionais dos Estados Unidos deixou as instituições financeiras e os reguladores em alerta para evitar a propagação de uma crise bancária. Hoje, os investidores estão preocupados por conta de sinais familiares ao cenário passado. Mas embora a última crise tenha sido toda relacionada com o risco das taxas de juro, esta gira em torno do mercado imobiliário de US$ 20 trilhões dos EUA.
A crise bancária e o impacto no setor imobiliário regional
Após décadas de crescimento sustentado por taxas de juro baixas e crédito fácil, o imobiliário comercial atingiu um impasse. As avaliações de escritórios e propriedades comerciais têm caído desde que a pandemia mudou o local onde as pessoas vivem e trabalham e a forma como fazem compras. Os esforços do Federal Reserve (Fed) para combater a inflação através do aumento das taxas de juro também prejudicaram a indústria dependente do crédito. Isso é uma má notícia para os bancos regionais.
Tendências alarmantes para bancos regionais e empréstimos comerciais
Os bancos dos EUA detêm cerca de US$ 2,7 trilhões em empréstimos imobiliários comerciais. A maior parte desse montante, cerca de 80%, segundo economistas da Goldman Sachs, é detida por bancos regionais menores – aqueles que o governo dos EUA não classificou como ‘demasiado grandes para falir’. Grande parte dessa dívida está prestes a vencer e, num mercado conturbado, os bancos regionais poderão ter problemas para cobrar esses empréstimos. Mais de US$ 2,2 trilhões vencerão até o final de 2027, de acordo com a empresa de dados Trepp. Os temores foram exacerbados na semana passada, quando o New York Community Bancorp relatou uma perda surpresa de US$ 252 milhões no último trimestre, em comparação com um lucro de US$ 172 milhões no quarto trimestre de 2022. A empresa também relatou US$ 552 milhões em perdas com empréstimos, um aumento significativo de US$ 62 milhões no trimestre anterior.
Impacto global da crise bancária americana
O medo também se espalhou para o exterior. O Aozora Bank, do Japão, disse na semana passada que os empréstimos inadimplentes vinculados a escritórios nos EUA eram parcialmente responsáveis pela perda anual projetada de 28 bilhões de ienes (US$ 190 milhões) no ano passado. A CNN Internacional informou na semana passada que o maior credor da Alemanha, o Deutsche Bank, disse ter alocado 123 milhões de euros (133 milhões de dólares) durante o último trimestre para absorver potenciais incumprimentos nos seus empréstimos imobiliários comerciais nos EUA. Isso é mais que o quádruplo do valor reservado durante o mesmo período de três meses em 2022. Algumas empresas estão até vendendo suas propriedades outrora valiosas por preços de pechincha. O Conselho Canadense de Investimento em Pensões Públicas vendeu recentemente uma participação de 29% em um bloco de escritórios no centro de Manhattan para a Boston Properties por US$ 1. Quem investiu US$ 71 milhões no prédio. O Conselho de Supervisão da Estabilidade Financeira divulgou um relatório em dezembro passado que citava o imobiliário comercial como um grande risco financeiro potencial.
A reação do governo americano e das instituições de controle
Yellen, entretanto, testemunha perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara nesta terça-feira sobre as consequências da crise bancária regional do ano passado. Ela tem um trabalho difícil; a secretária do Tesouro terá de tranquilizar os legisladores e os americanos de que o sistema bancário é seguro, ao mesmo tempo que reconhece os riscos de uma crise impulsionada pelo imobiliário comercial. Powell também abordou o assunto durante uma aparição no programa ’60 Minutes’ da CBS no domingo (4) à noite.
As previsões para os bancos regionais
Existem alguns bancos regionais e menores que concentraram exposições nessas áreas que enfrentam desafios e estamos trabalhando com eles. ‘Parece um problema no qual trabalharemos durante anos. É um problema considerável. Não parece ter os ingredientes que vimos algumas vezes no passado, por exemplo, com a crise financeira global.’ Mas, Powell acrescenta que ‘haverá alguns bancos que terão de ser fechados ou fundidos por causa disto. Suspeito que serão bancos menores, em sua maior parte’.Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
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Fonte: © CNN Brasil
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