Nova tecnologia de microchips eletrônicos promete avanços na saúde, facilitando a comunicação e mobilidade para pessoas com paralisia cerebral.
A inserção de microchips eletrônicos no corpo humano tem sido objeto de muita curiosidade e debate. A possibilidade de usar chips implantados para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiências físicas é algo que chama a atenção da comunidade científica e do público em geral. A startup Neuralink, fundada por Elon Musk, está na vanguarda dessa pesquisa e já promoveu a implantação bem-sucedida de um chip de computador no cérebro de um indivíduo, o que desperta muita expectativa em relação aos avanços futuros no campo da tecnologia neural.
Os implantes de chips têm o potencial de revolucionar a medicina e a forma como lidamos com limitações físicas. Afinal, a capacidade de controlar dispositivos tecnológicos com o pensamento poderia proporcionar maior independência e autonomia para aqueles que enfrentam dificuldades de mobilidade e comunicação. A iniciativa da Neuralink prova que a pesquisa nessa área está avançando a passos largos e pode representar uma importante alternativa para melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas no futuro.
Chips implantados e a revolução tecnológica
Um dos pioneiros na inovação de chips implantados, Elon Musk, divulgou a novidade em uma publicação no X, antigo Twitter, na segunda-feira (29), porém sem entrar em muitos detalhes a respeito.
Outras companhias que estão desenvolvendo trabalho similar estão mais avançadas na fase de pesquisa. Por exemplo, a Synchron tem implantado e inscrito pessoas em seu experimento desde 2021.
No entanto, os consumidores não terão acesso a essa tecnologia de forma rápida. Os pesquisadores alegam que uma interface cérebro-computador permitirá que uma pessoa utilize seus pensamentos para controlar um dispositivo, como um computador ou um telefone. Os médicos implantam esses tipos de dispositivos na superfície do cérebro ou até mesmo numa região profunda.
O equipamento desenvolvido pela Neuralink é aproximadamente do tamanho de uma moeda. Já o chip da Synchron é parecido com um pequeno dispositivo que entra nos vasos sanguíneos do cérebro como um stent.
Esses implantes de chips têm diversos eletrodos que conseguem interpretar sinais enviados por neurônios, as células nervosas que utilizam eletricidade e produtos químicos para enviar sinais do cérebro para o resto do corpo.
Esses avanços dependem da evolução tecnológica nas últimas décadas, com a Neuralink possibilitando o envio de informações através do dispositivo utilizando uma bateria que pode ser carregada sem fio e sem fio comunicar-se com o aplicativo da fabricante.
Com relação ao chip da Synchron, ele se conecta a uma unidade de telemetria conectada a um computador. A empresa até descreveu o dispositivo como ‘um cérebro por bluetooth‘.
O objetivo inicial dessas inovações é auxiliar pessoas com paralisia cerebral, derrame ou doenças motoras degenerativas a se comunicar através do implante com dispositivos externos.
Neuralink, empresa cofundada por Elon Musk, demonstrou como a tecnologia funcionava com um macaco chamado Pager, que teve dois desses chips implantados em seu cérebro. Os dispositivos permitiram que Pager controlasse um cursor com seus pensamentos e jogasse um jogo de ‘mind pong’.
Mesmo com a inovação técnica aumentando nos últimos cinco a dez anos, leva tempo para que dispositivos como este passem pelo processo de aprovação devido ao alto risco para a segurança individual. Os riscos incluem sangramento ou infecções, o que pode levar de dez a 20 anos para a aprovação.
No entanto, segundo especialistas, a tecnologia é promissora e trará benefícios às pessoas no futuro. ‘Não há razão para que isso não seja bem-sucedido. A ciência existe e é sólida e existe há décadas, e isso me dá muita segurança. Podemos fazer’, afirmou Paul Nuyujukian, professor de bioengenharia e neurocirurgia da Universidade de Stanford.
Fonte: © CNN Brasil
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